O mistério tem data para acabar, mas até o dia 5 de agosto – último dia do prazo para oficialização de candidaturas e coligações, o ex-governador Cid Gomes (PDT) definirá se entra ou não na corrida ao Senado. Cid sacrificou uma vitória certa ao Senado, em 2014, porque decidiu permanecer no cargo e eleger o sucessor Camilo Santana (PT). Naquele momento, o adversário era o então candidato do MDB, Eunício Oliveira. Hoje, Eunício é aliado de Camilo e tenta garantir o apoio dos irmãos Cid e Ciro para renovar o mandato de senador.
Passados quatro anos, Cid Gomes encontra mais uma vez a porta do Senado aberta. As circunstâncias políticas poderão – outra vez, adiar o sonho do tapete azul (referência ao carpete que cobre o piso do Plenário do Senado Federal). A decisão sobre uma possível candidatura está atrelada ao cenário nacional: Cid assumiu articulações políticas para ampliar a base de apoio a Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República, que tenta, nos próximos dias, fechar uma aliança com o PSB, DEM e PP.
Dedicado ao papel de coordenador política da pré-campanha de Ciro Gomes, Cid encontra dificuldades para conciliar as andanças pelo País com uma candidatura ao Senado. Cid lidera um grupo político com mais de 100 prefeitos, mais de 35 deputados estaduais e, pelo menos, 15 deputados federais. Se decidisse entrar na disputa ao Senado, receberia o apoio de quase todos os 184 prefeitos do Ceará. A resistência a uma candidatura, porém, permanece.
Se dependesse das ponderações e conselhos de aliados mais próximos, Cid Gomes não pensaria duas vezes: seria mesmo candidato ao Senado. Os índices de aceitação popular e a boa imagem construída ao longo da carreira política e, principalmente, dos dois mandatos como governador, são estimulantes para uma candidatura ao Senado. “O Cid não deve ficar sem mandato. Independente da eleição presidencial, ele, Cid, consolidaria ainda mais o papel de liderança no Ceará com o mandato de senador”, avalia um interlocutor do ex-governador.