O presidente Jair Bolsonaro entra, a partir do dia primeiro de abril, no quarto mês de mandato e começa a enfrentar o fim da lua de mel – período que todo governante tem após assumir o mandato e dar resposta às expectativas da população.
Se as repostas às expectativas forem frustradas, a lua de mel acaba mais cedo. Quando as expectativas se renovam, o período de estabilidade na relação com a população se estende por mais algum tempo.
Uma pesquisa, feita por telefone pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), encomendada pela corretora XP Investimentos, mostra aumento da desaprovação ao governo de Jair Bolsonaro (PSL) entre fevereiro e março. O Ipesp ouviu, entre os dias 11 e 13 de março, 10.000 entrevistados.
De acordo com os números da pesquisa, a parcela da população que considera o governo ruim ou péssimo subiu de 17% para 24%, enquanto a que avalia a gestão como boa ou ótima passou de 40% para 37% – nesse caso, variação dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos porcentuais.
Os números da pesquisa do Ipesp, segundo o Jornal O Estado de São Paulo, revela que a parcela que considera o governo Bolsonaro regular é de 32% – mesmo resultado do levantamento anterior. O saldo – diferença entre a avaliação positiva e a negativa – caiu de 23 para 13 pontos porcentuais.
A pesquisa revela, ainda, redução dos índices de expectativas em relação ao restante do mandato do presidente. Desde janeiro, quando ele assumiu o Palácio do Planalto, a taxa dos que esperam que o governo chegue ao final como ótimo ou bom passou de 63% (em janeiro) para 60% (em fevereiro), e agora chegou a 54%.
A expectativa de ruim e péssimo, que era de 15% em janeiro, se manteve neste patamar no mês passado e subiu para 20% em março. A de regular era de 19% em janeiro, 20% em fevereiro e 19 neste mês.
Quanto à área de comunicação, a avaliação sobre as estratégias do presidente e do Governo não é positiva: cresceu de 24% para 43%, entre fevereiro e março, a percepção dos brasileiros de que o noticiário é desfavorável ao Governo.
Para 59%, foi inadequado o presidente ter publicado um vídeo em uma rede social com imagens obscenas de um bloco de carnaval. Os números mostram, ainda, que quase três em cada quatro entrevistados tomaram conhecimento da publicação feita no Twitter.