Em 2023, 18 pessoas foram resgatadas do trabalho análogo à escravidão no Ceará. Mesmo depois de 135 anos da assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, ainda são identificados casos de trabalhadores em situação similar à escravidão. Os dados são da Superintendência Regional do Trabalho. Durante as inspeções neste ano, os auditores fiscais encontraram as vítimas vivendo em péssimas condições de moradia, chegando a pernoitar em alpendres improvisadas, sem água potável e sem local adequado para realizar alimentação. Nenhum deles tinha registro na cadeira de trabalho. O número de pessoas resgatadas ainda é menor em relação aos últimos dois anos. Em 2021, por exemplo, foram resgatadas 42 pessoas e em 2022 foram 29 trabalhadores.
O superintendente regional do Trabalho, Carlos Pimentel, diz que o ambiente de trabalho que esses trabalhadores ficam é desumano. Carlos Pimental relata pessoas comendo, bebendo e dormindo com animais. Outro dado repassado pela Superintendência Regional do Trabalho é que no Ceará, assim como no restante do país, a grande maioria de pessoas resgatadas da escravidão no ano passado se alto declarou preta ou parda. Totalizando 89% dos entrevistados. Existe um canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão: é o Sistema Ipê, disponível pela internet. O denunciante não precisa se identificar, basta acessar o sistema e inserir o maior número possível de informações. A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações in loco.