As chuvas do começo deste ano são muito bem-vindas pelos cearenses. As precipitações, no Interior do Estado e na Grande Fortaleza, trazem esperança para quem depende da agricultura e do abastecimento de água em meio a mais prolongada crise hídrica dos últimos cem anos no Ceará. Com as chuvas, contudo, surge também uma preocupação: a água parada, que favorece a proliferação do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Se depender da Secretaria de Saúde do Ceará, contudo, uma nova epidemia das doenças transmitidas pelo mosquito vai passar longe das terras cearenses neste ano. É o que afirma a técnica do Núcleo de Controle de Vetores da Secretaria, Richristi Gonçalves, que disse ainda que o Governo do Estado vai premiar os municípios que tiverem os melhores índices de controle do mosquito, além de terem cumprido as seis metas estabelecidas pela Secretaria. “Desde julho do ano passado, o Estado tem um pacote de ações que instituiu um incentivo financeiro no valor de R$ 10 milhões para ser rateado pelos municípios que tiverem os melhores indicadores de controle dos aedes aegypti”, aponta.

A previsão, segundo Richristi, é que os 156 municípios premiados recebam o incentivo financeiro após a homologação do resultado final da campanha pela Secretaria de Saúde do Estado, prevista para março próximo. O pacote de ações no combate ao aedes aegypti e as doenças transmitidas pelo mosquito, proposto pelo Governo do Ceará, no entanto, já parece dar resultado. “Reduzimos em 90% a quantidade de casos, nessas duas primeiras semanas [de 2018], quando comparamos com o mesmo período do ano passado. Por exemplo, no ano passado, tínhamos mais de 400 casos de chikungunya [nas duas primeiras semanas de janeiro], já nesse ano, nessas primeiras semanas, temos confirmados 28 casos. Então, já estamos vendo o impacto dessas ações que foram realizadas no ano passado, mas pedimos que os municípios não descansem de forma alguma e permaneçam vigilantes”, lembrou Richristi Gonçalves.

A técnica do Núcleo de Controle de Vetores disse ainda que as áreas com maiores dificuldades no combate ao mosquito são a região do Sertão cearense, devido a necessidade do sertanejo de armazenar água dentro de casa e cachimbas para passar o período de estiagem após a quadra chuvosa. De acordo com Richristi, a Região Metropolitana de Fortaleza, por ser a região mais populosa do Estado, também vai receber uma atenção especial.

Para ouvir a entrevista completa com Richristi Gonçalves, técnica do Núcleo de Controle de Vetores da Secretaria de Saúde do Ceará, é só clicar no player abaixo:

RICHRISTI GONÇALVES