Apenas nos primeiros quatro meses de 2024, o Ceará já contabilizou 301 denúncias e 752 casos de violações sexuais envolvendo crianças e adolescentes. Em comparação com o mesmo período em 2023, quando registrou 416 violações, o número teve um aumento de mais de 80%. Os dados são extraídos do painel da Ouvidora Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania que registra denúncias através do Disque 100 e Ligue 180. Somente em Fortaleza foram registradas 96 denúncias e 224 violações. Segundo o MDHC, o número mais expressivo de violações ocorre pois uma única denúncia pode conter uma ou mais violações de direitos humanos. O abuso sexual infantil pode incluir carícias inapropriadas, manipulação dos genitais, exibicionismo e atos sexuais com ou sem penetração. A exploração sexual, quando a criança ou adolescente passa por uma situação de violência sexual em troca de dinheiro ou outra gratificação, também está enquadrada nas formas de abuso.

De janeiro a abril de 2024, em todo o Brasil, foram reportadas 10,5 mil denúncias e 24,8 mil casos de violações. Isso representa um aumento de 40% nos casos de violações em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 9,6 mil denúncias e 17,5 mil casos de violência sexual contra menores de 18 anos. Dos 662 casos de violência sexual registrados em delegacias e unidades de segurança no Ceará em 2024, a maioria das vítimas são meninas entre 11 e 13 anos. Nessa faixa etária, foram 189 registros. Os dados têm como base o painel estatístico da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública, da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará. Até abril, foram registradas 77 vítimas de apenas 12 anos, sendo a maior parte das ocorrências. Em seguida estão as vítimas de 13 anos, com 71 casos reportados. As meninas de 11 anos representam 41 vítimas. Há, contudo, 54 ocorrências de vítimas que não tiveram sua idade informada.