Em uma pesquisa feita pelo Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências, com alunos do 4º e 8º ano do ensino fundamental, divulgado nesta quarta – feira (4), foi mostrado que estudantes que relataram sofrer bullying tiraram até 72 pontos a menos do que aqueles que disseram nunca ter sofrido essa violência.

O Brasil está estreando na participação do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências, que mede os conhecimentos de alunos do 4º e do 8º ano. Além de responder as avaliações, os participantes preencheram questionários sobre a escola, o ambiente familiar, a sala de aula, contexto do país, entre outros. No Brasil participaram 44.900 estudantes, sendo 22.130 matriculados no 4º do ensino fundamental de 796 escolas públicas e privadas e 22.770 do 8º ano de 849 escolas. Responderam também aos questionários 904 professores de matemática e 916 de ciências.

As informações mostram que 24% dos alunos do 4º ano afirmaram sofrer Bullying, e esses estudantes apresentaram uma média de desempenho de 368 pontos em matemática e 387 pontos em ciências. Pelos critérios do exame, as pontuações colocam esses estudantes em um nível abaixo do nível considerado baixo. A pontuação mínima para ter uma proficiência baixa é de 400 pontos.

Em contrapartida, 48% dos estudantes que relataram nunca ou quase nunca terem sofrido bullying alcançaram uma média de 427 e 459 pontos.

Com alunos do 8º ano a situação também se repete.  23% dos alunos também indicaram sofrer bullying. Esses estudantes tiveram uma média de 384 pontos em ciências e 346 pontos em matemática.

Já os 43% dos estudantes brasileiros que alegaram quase nunca ou nunca ter sofrido bullying alcançaram a média de 446 pontos em ciências e de 403 em matemática.

O Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências, é organizado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional e avalia o desempenho de estudantes em ciências e matemática no 4º e no 8º ano desde 1995. O estudo é aplicado a cada quatro anos. Os dados permitem comparações entre países e ao longo do tempo. O Brasil aderiu ao estudo em 2022 e a primeira aplicação foi realizada entre agosto e setembro de 2023.