Mortes relacionadas ao calor extremo poderá passar dos idosos para os jovens até o fim do século, é o que diz novo estudo. Em um cenário em que as temperaturas globais médias aumentem em pelo menos 2,8º C além dos níveis pré-industriais até 2100, as pessoas com menos de 35 anos provavelmente sofreriam mais os efeitos de um mundo em aquecimento do que adultos mais velhos.

A análise é de uma pesquisa realizada com base em dados de mortalidade no México publicada na publicação científica Science Advances. Através desses dados, os pesquisadores puderam comparar as idades e as datas das mortes com as condições ambientais e calcular a frequência com que a exposição ao calor úmido pode resultar em mortes prematuras.

Há muito tempo, pesquisadores suspeitam que o calor excessivo em um clima em aquecimento contínuo teria um impacto maior nas populações mais velhas. Surpreendentemente, as altas temperaturas em determinados climas parecem ser uma causa silenciosa de mortes entre os mais jovens.

Qual o limite do calor excessivo?

A equipe descobriu que a quantidade de exposição ao calor que pode levar à morte é menor do que sugere a literatura científica. Muitas variáveis ambientais, incluindo temperatura do ar e a umidade, são utilizadas para indicar o estresse por calor, sendo às vezes chamadas de temperaturas de “sensação real” ou “bulbo úmido”.

Estudos mais antigos colocam um limite de temperatura para estresse por calor humano em 35º C. A exposição prolongada ao limite de bulbo úmido, de 35º C, significa, em termos teóricos, que o corpo seria incapaz de resfriar sua temperatura interna, o que resultaria na morte relacionada ao calor.

Esse limite, contudo, foi calculado em condições de laboratório, onde uma pessoa estaria descansando na sombra, sob ventos fortes, encharcada em água e nua, ou seja, dificilmente um cenário realista. Wilson disse que, em alguns casos, os limites podem estar na casa dos 20º C.