O governador Camilo Santana e o ministro da Integração Nacional (MIN), Hélder Barbalho, visitaram, nesta sexta-feira (7), as obras da Transposição do Rio São Francisco e do Cinturão das Águas (CAC), ambas na Região do Cariri. O primeiro trecho percorrido foi o canteiro de obras do Eixo Norte, do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf), no município de Penaforte, que teve as atividades retomadas recentemente após cerca de um ano de paralisação. Além disso, Santana e Barbalho sobrevoaram trecho do CAC, em Jati. Barbalho confirmou a concliusão da obra para o fim de 2018.
Segundo o ministro, os governos Federal e Estaduais estão unidos com o único objetivo de concluir, por total, as obras de todos os eixos até o fim do próximo ano e assegurou que os recursos estão garantidos. “Vamos trabalhar duro para concluir essa obra. Nunca antes foi feito nada dessa magnitude em relação à segurança hídrica do País. Estamos em constante conversa com o novo consórcio para que, se preciso, os trabalhos sejam realizados em fins de semanas e feriados. A ordem é cumprir todos os prazos estabelecidos”, pontuou. O ministro destacou ainda que a obra movimenta a economia em toda a região.
O gerente da empresa Emsa, Orlivan Gabriel Silva, que assumiu as obras deixadas pela empresa Mendes Júnior, no Eixo Norte, anunciou que serão contratadas mais de duas mil pessoas quando a obra estiver em seu pico mmaior. “Aqui é apenas o início. Em 90 dias vamos atingir o pico dos trabalhos, com milhares de empregos diretos e indiretos. São trabalhadores de várias cidades e, o deslocamento até o canteiro de obra, movimenta outros setores”.
De acordo com Camilo Santana, as obras são fundamentais para garantir água para estados do Nordeste, principalmente para o Ceará, que já passou dos cinco anos consecutivos de estiagem. “As ações vão ser intensificadas para que a gente possa liberar água até o fim do ano. Esse é o objetivo do ministro e o Governo do Ceará está à disposição para tornar isso possível”, disse. Segundo o governador, há a possibilidade de que os trabalhos nos empreendimentos prossigam nos fins de semana e feriados para garantir a celeridade da chegada da água no Ceará. “É uma obra fundamental, prioritária. Não podemos ficar nessa insegurança, apesar de termos feito uma série de obras para garantir água no Estado”, acrescentou.
Apesar de os índices da última quadra chuvosa (fevereiro-maio) terem ficado dentro da média, Santana não minimiza a importância das ações. “Além da garantia de água, qualquer estado precisa ter desenvolvimento, infraestrutura; ela gera, também, neste momento de crise político-econômica, oportunidade de emprego para a população”, afirmou.
Projeto de Integração do Rio São Francisco
Maior obra de infraestrutura hídrica do País, dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos, o Pisf tem cerca de 477 km de extensão em dois eixos (Leste e Norte). Com a intervenção, mais de 12 milhões de pessoas, espalhadas pelos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, serão beneficiadas.
Em março deste ano, o Ministério inaugurou o Eixo Leste do empreendimento, beneficiando a população de Pernambuco e Paraíba. No mês seguinte, em abril, as águas do “Velho Chico” chegaram ao reservatório Epitácio Pessoa, em Boqueirão (PB). Na ocasião, foi possível reduzir o regime de racionamento de água na região metropolitana de Campina Grande.
Em junho, uma Ordem de Serviço para a retomada das obras da primeira etapa do Eixo Norte, paralisada há cerca de um ano, foi assinada pelo Governo Federal após articulação do governador Camilo Santana e cobrança de outros governadores do Nordeste. Com isso, a água do São Francisco deverá chegar no Ceará, no reservatório de Jati, até o início de 2018, após percorrer o oeste de Pernambuco. De lá, o “Velho Chico” seguirá pelos canais para contemplar também outras cidades da Paraíba, além do estado do Rio Grande do Norte. A estrutura vai evitar que os quatro estados entrem em colapso hídrico.
Cinturão das Águas
No último dia 10 de junho, o governador Camilo Santana participou da conclusão do túnel Veneza, o mais longo da obra do Cinturão das Águas. Com cerca de 2.322 metros de comprimento, o trecho está localizado no município cearense de Missão Velha. Com a conclusão dessa etapa, o CAC já consolida 53 km de obras concluídas. A extensão vai permitir a entrada das águas do rio São Francisco, por meio do Riacho Seco (Bahia), no açude Castanhão.
Também em junho, o governador se reuniu com o ministro Hélder Barbalho para tratar das obras da Transposição do São Francisco, além da liberação de recursos para obras emergenciais no Estado, como a construção de adutoras em municípios da região do Jaguaribe. Durante a reunião, o ministro autorizou investimento da ordem de R$ 60 milhões para as obras do CAC.
O CAC é uma das maiores intervenções para garantir a segurança hídrica no Ceará. A obra vai aumentar a garantia do abastecimento humano da região do Cariri – a segunda mais populosa do Estado –, além de tornar mais eficiente a condução das vazões para 3,5 milhões de habitantes da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
A obra federal também vai permitir a transferência de vazões excedentes do Pisf para o Castanhão e para o açude Orós. No Trecho 1, o equipamento vai beneficiar mais de um milhão pessoas no Cariri, atendendo diretamente cidades como Jati, Brejo Santo, Abaiara, Missão Velha, Barbalha, Crato, entre outras.
Com informações do Governo do Estado