Dos mais de 9 milhões de jovens fora da escola que não concluíram a educação básica, cerca de 7 milhões ainda têm a intenção de retomar os estudos. É o que mostra a pesquisa Juventudes fora da escola, da Fundação Roberto Marinho e do Itaú Educação e Trabalho divulgada nesta segunda-feira (11).

O desejo é maior entre as mulheres (78%), mas também é alto entre os homens (69%). Para a maioria, a vontade é retornar para o ensino médio técnico, para combinar a educação básica com um curso tecnólogo.

Apesar disso, 27% dos jovens de 15 a 29 anos sem a etapa de ensino completa (cerca de 2,5 milhões) não têm interesse de voltar a estudar.

Os motivos variam entre homens e mulheres, mas os principais são a necessidade de trabalhar (para 40% deles) e a necessidade de cuidar da família (para 35% delas).

Outras respostas como falta de vontade ou de tempo e vergonha da própria idade também apareceram como motivos para os jovens não voltarem a estudar (confira na imagem abaixo).

Motivos dos jovens para não quererem voltar a estudar. — Foto: Pesquisa Juventudes fora da escola sem a educação básica, 2024.

Motivos dos jovens para não quererem voltar a estudar. — Foto: Pesquisa Juventudes fora da escola sem a educação básica, 2024.

A pesquisa ouviu mais de 1,6 mil jovens de todo o país, realizou entrevistas em profundidade e contou com grupos de discussões de jovens para chegar aos resultados. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

Outros destaques da pesquisa

O levantamento, que será lançado oficialmente na terça-feira (12), também traçou um perfil de quem é o jovem de 15 a 29 anos que está fora da escola.

Os homens (58%) e negros (70%) são maioria. Ente eles, 43% não chegou nem a concluir o ensino fundamental e 84% trabalham e 69% ocupam algum cargo informal (sem carteira assinada ou vínculo empregatício).

Os que têm filhos também são maioria. Entre os homens, 6 a cada 10 são pais. Entre as mulheres, 8 a cada 10 são mães.

E quase 8 a cada 10 desses jovens sem educação básica completa possuem renda per capita de até um salário-mínimo por pessoa.

(*)Com informação do G1