O ninho tucano vai ficando ainda mais agitado após a definição das regras para as prévias que escolherão, no dia 21 de novembro, qual candidato será lançado à Presidência da República em 2022. Quatro nomes – João Doria, Eduardo Leite, Artur Virgílio e Tasso Jereissati, estão na condição de pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.
Governador de São Paulo com direito à reeleição, mas decidido a declinar de uma nova candidatura, João Doria é o primeiro dos pré-candidatos a anunciar uma agenda de visitas aos filiados do PSDB em vários estados. O roteiro de viagem começa no dia 9 de julho pelo Estado de Goiás, tendo, em seguida, o Mato Grosso do Sul. Mais contido e preocupado com a pandemia, Tasso decidiu manter as conversas virtuais, por telefones, e não presenciais.
Em uma declaração ao Jornal O Estado de São Paulo, Tasso justifica a estratégia mais silenciosa e menos barulhento: ‘’ Pode ser que eu chegue atrasado, mas tem tempo. Talvez em agosto ou setembro eu comece a fazer isso. Alguns contatos estou fazendo por telefone com um colega ou outro de partido que liga, mas nada com cara de campanha”, observou o senador cearense.
A agenda de Doria prevê, também, reuniões com correligionários no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Tocantins e Estados do Nordeste, além do Rio Grande do Sul, terra do governador Eduardo Leite e um dos adversários de Doria nas prévias para escolha do candidato ao Palácio do Planalto.
Doria quer conquistar a maioria entre os mais de 500 mil filiados que estão sendo mobilizados para não precisar do segundo na escolha do presidenciável. O PSDB de São Paulo concentra o maior número de prefeitos, vereadores e parlamentares, o que dá vantagem a João Doria.
DIVISÃO INTERNA
O ambiente atual no PSDB é de muita divisão diante da postura assumida pelo Governador de São Paulo de rejeitar a possibilidade de renunciar à pré-candidatura à Presidência da República. A ponderação chegou a ser feita por lideranças nacionais do PSDB que não o elegem como o nome mais capaz de unir os tucanos e, em seguida, atrair a composição de uma forte aliança partidária para enfrentar as virtuais candidaturas de Luiz Inácio Lula da Slva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido).
O discurso mais duro de Doria pode unir, em um só bloco, os outros três pré-candidatos -Eduardo Leite, Artur Virgílio e Tasso Jereissati. O Governador de São Paulo aposta, porém, que as articulações para o pioneirismo na vacina contra a Covid-19 podem beneficiá-lo na corrida presidencial. Foi o Estado de São Paulo que, por meio do Instituto Butantan, viabilizou a produção da CoroNavac no Brasil. O imunizante contribuiu para inibir o avanço mais acelerado da pandemia no Brasil.