A abertura do ano legislativo de 2024 na Câmara Municipal de Fortaleza foi marcada, nesta quinta-feira (1º de fevereiro), pela baixaria, pelas agressões, pelo tumulto e pelo registro de um boletim de ocorrência na Polícia após violência física entre vereadores.

Atônito, o presidente da Mesa Diretora, Gardel Rolim (PDT), se viu acuado e, sem pulso, não conseguiu deixar o ambiente harmonioso para realização da sessão que foi marcada, também, pelos protestos de professores da rede municipal de ensino que cobram reajuste salarial de 10,09%. A sessão acabou sendo suspensa, mas, com, as galerias esvaziadas, foi retomada.

PROTAGONISTAS DA BRIGA

As vereadoras Ana Paula (PDT) e Cláudia Gomes (PSDB) e o suplente Júnio Aquino (Juninho), do União Brasil, se envolveram na confusão. Juninho acusou Ana Paula de agredí-lo com tapas e murros, o que o fez ir à Polícia registrar um Boletim de Ocorrência.

Ao falar sobre o episódio, em conversa com a imprensa, Juninho relatou que não reagiu às agressões, disse que, após a sessão ser suspensa, houve tumulto na saída do Plenário, que começou a filmar, que Ana Paula caiu no chão e passou a insinuar que tinha sido empurrada.

“Ela deu um tapa na minha cara, murros e derrubou meu celular. Estou saindo daqui agora, indo na delegacia. Fazer exame de corpo de delito’’, disse o suplente Julinho, ao afirmar que não entendeu os motivos das agressões.

PARTE ÍNTIMAS FILMADAS

A pedetista acusou o suplente de filmar as suas partes íntimas na hora que tentava se levantar do chão. “Estou de saia, como vocês podem ver, e o cara estava filmando minha calcinha. Eu não posso ser conivente com isso. Filmar minha calcinha eu não permito. Quem estava ali viu que minha calcinha apareceu e ele estava me filmando”, disse a vereadora Ana Paula, em tom de indignação. Julinho disse que teve o celular quebrado na confusão.

ANA PAULA X CLÁUDIA GOMES

A confusão não se limitou ao episódio entre Ana Paula e o suplente Juninho. Quando o prefeito José Sarto se pronunciava na tribuna para prestar contas dos projetos e ações do seu mandato, as vereadoras Ana Paula e Cláudia Gomes se envolveram em uma confusão que contribuiu para um triste dia na história da Câmara Municipal de Fortaleza.

Enquanto Sarto tentava falar, Ana Paula segurava um cartaz com protesto contra à administração municipal e endossava a mobilização dos professores e servidores por melhorias salariais.

A vereadora Cláudia Gomes não gostou do gesto da colega, tentou retirá-la e sofreu um empurrão. Cláudia se disse abalada com a situação, relatou que tentou sair em defesa do presidente da Mesa Diretora, Gardel Rolim, que estava acuado e sofreu empurrão da colega Ana Paula. Ela prometeu fazer um BO contra a vereadora Ana Paula e recebeu a solidariedade do PSDB.

SEM AGRESSÃO

Ao se pronunciar sobre o conflito com Cláudia Gomes, Ana Paula afirmou que “não agrediu ninguém” e que estava se manifestando. Segundo ela, Cláudia foi tomar as dores do vereador Gardel e a empurrou e, conforme afirmou, revidou. ‘’Nesse momento que ela saiu para intervir eu só revidei para que dissesse que não pegasse em mim ou na minha irmã que estava no Plenário”, registrou.

REGRAS CONTRA MANIFESTANTES

Após a tumultuada manhã na Câmara Municipal, o presidente da Mesa Diretora, Gardel Rolim, anunciou que serão adotadas medidas para coibir os excessos nas manifestações e protestos na sede do Legislativo. Fragilizado, Gardel reconheceu que o momento foi de constrangimento.

“Queria lamentar e me desculpar com o cidadão de Fortaleza, que acompanhou um dos maiores constrangimentos que vivi nesta Casa’’, disse Gardel, que, ainda, acrescentou: ‘’Deveremos estabelecer um padrão uma regra para recebê-los aqui desde que não ofenda nem desrerspeite nenhum colega vereador nem o Parlamento”, disse Gardel, sem detalhar quais normas serão implantadas contra manifestantes.

O PDT, também, por meio de nota divulgada no final da tarde, manifestou repúdio à violência e solidariedade ao prefeito Sarto e a vereadora Claudia Gomes.

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