Tendência culinária dos últimos anos, o pistache é uma das sementes mais caras do mundo. Com possibilidade de tornar a fruta originada do Oriente Médio mais acessível, a Embrapa estuda produzir a oleaginosa no Ceará. A Serra da Ibiapaba, no noroeste cearense e na divisa com o Piauí, pode ser o primeiro local do Brasil a ter uma produção do pistache. A região foi escolhida pela Embrapa devido ao clima ameno, em comparação com o restante do Estado. A árvore do pistache, natural da Ásia menor (Síria, Irã e Turquia), precisa ser cultiva em um local com clima temperado – com estações bem definidas e invernos frios.

A planta precisa de pelo menos 60 dias com temperaturas abaixo de 10 °C para hibernar e perder as folhas.  Embora as temperaturas na Serra da Ibiapaba não cheguem a níveis tão baixos, o experimento no Ceará deve se embasar em estudos de que o pistache pode ser adaptado ao clima tropical, como outras frutas secas.

A ideia surgiu inicialmente na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, após vista à Califórnia, estado dos EUA que possui condições de solo e clima semelhantes ao Ceará e tem grande produção da semente. A produção local do pistache pode tornar a semente mais acessível nas prateleiras dos supermercados. Como ainda depende exclusivamente da exportação, a venda no Brasil sofre constante alteração do preço do dólar. As importações brasileiras de pistache tiveram um salto nos últimos meses. Somente em 2024, foram importadas mais de 970 toneladas do grupo. A movimentação foi de R$ 13,9 milhões – mais de oito vezes mais que em 2020.