O açúcar adicionado e o sódio são os “vilões” quando se trata da relação entre câncer no estômago e alimentação. A constatação é de uma pesquisa brasileira feita com 1.751 participantes em quatro capitais: São Paulo, Goiânia, Fortaleza e Belém. O estudo considerou como padrão alimentar não saudável aquele que inclui alto consumo de carnes processadas, bebidas gaseificadas ricas em açúcares e fast-food. Por outro lado, o padrão saudável é caracterizado pela alta ingestão de vegetais, frutas e baixo nível de sódio.
Os pesquisadores observaram que a alimentação não saudável está associada a um aumento na chance de câncer gástrico, sendo que os açúcares adicionados aos alimentos contribuem de 7% a 21% nessa relação. Já o consumo de sódio é o principal fator mediador na associação do padrão saudável e o risco de adenocarcinoma gástrico (tumor maligno que se desenvolve na camada mais interna do estômago).
De acordo com as novas regras, é obrigatória a veiculação do símbolo de lupa quando os produtos apresentarem, por exemplo, 600 miligramas ou mais de sódio por 100 gramas de alimento sólido ou 15 gramas ou mais de açúcar adicionado por 100 gramas. A Organização Mundial da Saúde recomenda que a ingestão de sódio seja inferior a 2 gramas por dia, o equivalente a 5 colheres pequenas de sal. Os brasileiros consomem quase o dobro da recomendação diária. Em relação ao açúcar adicionado, o consumo máximo deve ser equivalente a 10% das calorias diárias. Isso significa que, em uma dieta de 2 mil calorias, por exemplo, esse percentual representa 50 gramas de açúcar por dia ou até dez colheres de chá.