Entre janeiro e novembro deste ano, 17.622 mulheres no Ceará foram vítimas de violência de gênero, conforme registros de crimes referentes à Lei Maria da Penha. São mais de dois casos por hora, segundo levantamento da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará. Além de um problema social, a violência contra a mulher é também um problema de saúde pública com impactos em diversos setores, como a própria segurança pública e a Justiça, e possui aspectos ligados à economia e ao mercado de trabalho. Um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Ministério da Economia, analisou a relação entre dependência econômica e violência doméstica conjugal no Brasil e observou que quanto maior a sujeição financeira da mulher, menor é a probabilidade de que ela esteja em situações desse tipo.
Para reforçar o combate à violência de gênero, diversas instituições públicas e privadas do Estado, ligadas a áreas como Justiça, Economia e Educação, se uniram para criar um projeto que oferecerá programas de aprendizagem, capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho para as mulheres vítimas de violência e em estado de vulnerabilidade. A ideia é oferecer qualificação profissional, tanto através do instituto da aprendizagem, como pela capacitação técnica em cursos profissionalizantes. Além dos cursos gratuitos, o projeto também destinará bolsas a mulheres de 14 a 22 anos.