A partir deste ano, todos os recém-nascidos devem ser submetidos ao exame de toxoplasmose congênita ao mesmo tempo em que é realizado o Teste do Pezinho. Assim, a partir da amostra de sangue coletada do recém-nascido para a realização do Teste do Pezinho, também, será feita a análise para a toxoplasmose transmitida da mãe para o bebê. Estudos mostram que a cada 10 mil nascimentos, entre 5 e 22 bebês possuem toxoplasmose. A medida foi publicada, nesta quinta-feira (5), no Diário Oficial da União (DOU). Os serviços públicos de saúde de todo o país têm o prazo de 180 dias para ofertar a novidade à população.
A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa, transmitida da mãe para o filho durante a gravidez. Sem tratamento, a infecção durante a gestação resulta em doença congênita em cerca de 44% dos casos, ao passo que o tratamento apropriado reduz esse risco para 29%. O diagnóstico precoce da doença melhora a qualidade de vida das crianças, reduzindo os sintomas, a gravidade dos sinais, como problemas na visão e na audição, dificuldades mentais e motoras, e o número de óbitos. Em 2018 foram registradas 26 mortes em decorrência da doença.
Para viabilizar a iniciativa, o Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho com áreas técnicas que apoiarão os estados no processo de implementação das redes de cuidado da Toxoplasmose Congênita dentro do prazo de 180 dias. Atualmente, a toxoplasmose congênita só é detectada por exames quando a criança já apresenta sintomas da doença. Devido ao risco para o bebê, uma adequada avaliação de pré-natal é necessária para evitar danos futuros ao seu desenvolvimento.
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem infraestrutura para atender a criança infectada. O atendimento está previsto desde a Atenção Primária até a Especializada. Nestes serviços há equipes de saúde multidisciplinar preparadas para atender esses casos, no âmbito das metas de redução da morbimortalidade e melhoria da qualidade de vida das crianças.