Fortaleza Esporte Clube (Foto: Reprodução)

Retornando à Série A após 12 anos, o Tricolor do Pici luta para se adaptar à mentalidade de um clube da elite da divisão do futebol brasileiro e entender que os deslizes no olimpo do futebol brasileiro não são perdoados.

Para alguns pode ser cedo, mas é fato que o Fortaleza ainda não está plenamente adequado ao sistema averso à erros que configura a disputa na primeira divisão do campeonato brasileiro. Até o momento foram seis jogos na competição (2 vitórias, 1 empate e 3 derrotas), duas derrotas foram distante de seus domínios e uma foi em casa, diante da torcida, contra o São Paulo.

A partida pode ser usada como símbolo para evidenciar a sucessão de erros oriundos de uma mentalidade oposta à realidade que vivencia o clube, tendo de lidar com adversários de grande porte, de peso histórico, de superioridade financeira e maior qualidade técnica do seu plantel de atletas. Oponentes letais, preparados a todo momento para imolar o rival.

Na ocasião da partida contra o time paulista, o Fortaleza demonstrou ter um time de qualidade, bons nomes diante das possibilidades do clube, nomes que colocaram o time em patamar de soberania durante todo o primeiro tempo, entretanto, não souberam agir de maneira precisa, pelo contrário, desperdiçaram inúmeras oportunidades e assistiram o time sucumbir perante um adversário já adapatado aos embates no alto nível.

O fim todos sabemos, o time comandado por Rogério Ceni acabou derrotado por 1 a 0 e se configurou como mais uma vítima do ditado “quem não faz leva”. Embora tenho triunfado na sequência sobre a Chapecoense fora de casa por 3 a 1, o Leão voltou a falhar dentro de sua casa, conseguindo apenas um empate com o lanterna do torneio, Vasco da Gama, por 1 a 1.

O duelo teve múltpilos erros de passe, chutes equivocados e jogadas mal construídas que culminaram no desperdício de oportunidades de finalização. Além disso, falhas na defesa colocaram o setor de ataque da equipe cruz-maltina em situação de conforto para obter êxito nas investidas, sorte do Fortaleza que não conseguiram, só chegaram ao gol após a marcação de um pênalti.

Sabe-se que o elenco do tricolor cearense tem sofrido em função do desgaste físico, o ritmo frenético de jogos na Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série A tem demandado um condicionamento diferenciado por parte dos atletas, ocasionando uma constante troca entre titulares e reservas, prejudicando o entrosamento da equipe.

No entanto, isso não pode ser desculpa. Houve planejamento, já era de conhecimento de toda a equipe administrativa e dos preparadores físicos que o ritmo de partidas e nível requerido de engajamento físico seria bem superior ao dos últimos anos. Deste modo, o que falta para que essa adequação se tornar concreta?

Agora o Fortaleza se prepara para dois jogos extremamente difíceis longe de seus domínios, enfrentará na sequência os poderosos elencos de Flamengo e Grêmio. Portanto, esse será o momento decisivo para o tricolor demonstrar se compreendeu a necessidade de inteligência nos confrontos contra clubes de alta patente, senão, serão mais dois exemplos de falta de adaptação e ausência de compreensão acerca da realidade que vive.

 

Matheus Lima, Redação Ceara Agora