O Brasil ocupa o sexto lugar no ranking de números absolutos de suicídio no mundo. No país, o índice perde apenas para homicídios e acidentes de trânsito entre as mortes por fatores externos. A estatística que não é nenhuma novidade, chamou a atenção de um grupo de voluntários para a criação de um movimento gratuito de apoio emocional, denominado Centro de Valorização da Vida, que surgiu em São Paulo em 1962 e está presente em todo o país.
Até aqui nenhum dado novo. A novidade é que esse trabalho, reconhecido como de utilidade pública, pode sair de graça para as pessoas que acessam via telefone.
O Ministério da Saúde anunciou, na sexta-feira (10), uma parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV) que tornará gratuitas as ligações feitas ao serviço de prevenção ao suicídio para todo o país até 2020. Quando a nova estratégia for implementada, o número nacional do CVV passará a ser o 188 e as ligações poderão ser encaminhadas para atendentes voluntários disponíveis em qualquer estado do Brasil.
Hoje, os atendimentos são locais e, caso um posto esteja ocupado com um atendimento telefônico, quem liga naquele momento se depara com a linha ocupada. Além disso, os usuários do serviço têm de pagar pela ligação, atualmente feita pelo número 141.
Segundo Antônio Carlos Braga, diretor do CVV, a expectativa é que a novidade permita ampliar o acesso ao atendimento, que pode passar de 1 milhão de ligações atendidas anualmente para 3 milhões.
“É um divisor de águas porque viabiliza um número único e, mais do que isso, gratuito. Até então, quem ligava para o CVV tinha que arcar com a conta telefônica e, eventualmente, até um interurbano. A partir do acordo, qualquer pessoa de qualquer aparelho poderá ligar gratuitamente.”, diz Braga.
Fundado em São Paulo em 1962, o Centro de Valorização da Vida é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal em 1973, mantenedora e responsável pelo Programa CVV de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio.
Através dos Postos espalhados por todo o país, presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional, oferecido a todas as pessoas que querem e precisam conversar sobre suas dores e descobertas, dificuldades e alegrias. Em 1977 começou a expandir-se para outras cidades do país, estando hoje em quase todas as capitais e diversas cidades do interior.
Fonte: Ministério da Saúde