O Brasil reduziu em quase 8% o número de acidentes fatais com a rede elétrica em 2023, se comparado ao ano anterior. No ano passado foram 250, enquanto no ano anterior chegaram a 270. Ainda assim, o setor teve um aumento de 26 casos no número total de acidentes em 2023. O ano fechou com 782 registros, que além de incidentes fatais, incluem lesões graves e leves. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (2) pelo presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marcos Madureira.

Conforme o levantamento da Abradee, a maior parte dos acidentes está relacionada à construção ou manutenção predial, cabo energizado no solo, serviços realizados na rede, ligação elétrica clandestina, furto de condutor/equipamento de energia e incidentes com equipamentos e máquinas agrícolas.

“Mais de 50% desses acidentes se deveu a algum ato de alguém que se aproximou da rede, ou seja, a maior parte dos acidentes são provocados por alguma interação, seja por alguém que inadvertidamente tocou a rede durante uma obra, por exemplo, porque o principal elemento é a construção ou manutenção de obra civis. Seja por algum serviço prestado por uma empresa que também está atuando na mesma área como de telecomunicações ou simplesmente por atos de alguém que busca fazer contato com a rede para um furto de energia ou de condutores”, observou o presidente da Abradee.

Marcos Madureira explica que os roubos de cabos de energia são um dos riscos que podem provocar mortes. “Quando alguém vai roubar um cabo de energia elétrica, tem o risco de ao roubar o cabo tocar uma rede energizada ou correr o risco do cabo ir ao solo e acidentar alguém próximo. Tivemos este ano [2023] infelizmente 21 casos que envolveram furtos de condutores e de busca de equipamentos. Tivemos um total de 35 acidentes relacionados a este tipo de atitude e desses, 21 foram fatais. A taxa de fatalidade para essa ação é bastante elevada como o número mostra”, disse.

Os acidentes com balões também são uma preocupação, especialmente se atingem alguma instalação ou unidade de energia. “É um elemento complicado porque coloca em risco não só a rede, mas também instalações de maior porte como uma subestação de energia elétrica. A queda de um balão sobre uma instalação de energia elétrica traz um risco muito grande de tocar fogo em uma instalação maior da rede elétrica, pode provocar um curto circuito e provocar acidentes caracterizados em itens gerais. É um problema que infelizmente é crescente. A gente sabe que o balão, além da rede elétrica, traz riscos para outras situações como postos de combustíveis, tanques de abastecimento de refinarias. É também uma prática em que deve haver um esclarecimento do risco que um balão traz para a população”, destacou, acrescentando também que o ato de soltar pipas deve ser cercado de cuidados e só realizado longe de áreas de rede elétrica.

(*) Com informações da Agência Brasil