As ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis serão intensificadas em todo o País. O Governo do Brasil, por meio do Ministério da Saúde, lançou nesta terça-feira (31) a estratégia chamada de Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção. Com o plano, municípios terão R$ 200 milhões garantidos por emenda parlamentar para combater a doença. A prioridade são as 100 cidades que concentram 60% dos casos da doença.
Além disso, o plano também vai garantir o abastecimento de penicilina (principal remédio utilizado no tratamento da sífilis) na rede pública de saúde até 2019. Para isso, o ministério assumiu a compra centralizada do medicamento. Foram destinados R$ 13,5 milhões para a aquisição de 2,5 milhões de ampolas de penicilina benzatina, para o tratamento da sífilis adquirida e em gestantes. Já para curar a doença em bebês, foram compradas 450 mil ampolas da penicilina cristalina.
Outra frente de combate focará no diagnóstico para aumentar a quantidade de testagens realizadas, principalmente nas grávidas. A identificação da doença nos três primeiros meses da gestação e o tratamento adequado impedem a transmissão da doença da mãe para o bebê.
Crianças já infectadas pela doença serão acompanhadas de perto. Também serão realizadas intervenções em populações-chave, como gays e outros homens que fazem sexo com homens, travestis e profissionais do sexo.
Ao lançar a estratégia, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que a conscientização dos brasileiros será fundamental para combater a doença. “Garantimos o abastecimento dos municípios com a penicilina e ampliamos também a oferta dos testes. Mas ainda é necessária uma mudança no comportamento dos profissionais de saúde e também da população”, explicou Ricardo Barros.
Doença
A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e manifesta-se em três estágios: primária, secundária e terciária. No início, ela aparece como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços).
A transmissão, por sua vez, ocorre de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do sangue doado) e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).
De acordo com o Boletim Epidemiológico de 2017, entre 2015 e 2016, a sífilis adquirida teve um aumento de 27,9%; a sífilis em gestantes, de 14,7%; e a congênita, de 4,7%.
Com informações do Ministério da Saúde