A pouco mais de dois meses para o encerramento do ano legislativo, lideranças empresariais e centrais sindicais não escondem a preocupação com a demora do Senado em votar o projeto de lei que prorroga, até 2027, a desoneração da folha salarial das empresas de 17 setores econômicos.
A votação, após pedido de vista na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), ficou para a próxima terça-feira, mas caso haja mais um atraso, de acordo com dirigentes de entidades empresariais, os prejuízos podem ser inevitáveis no planejamento para 2024.
REPERCUSSÃO NO JORNAL ALERTA GERAL
O Jornal Alerta Geral destaca, nesta quinta-feira, as preocupações entre lideranças sindicais com a demora da votação da desoneração. Para o jornalista Beto Almeida, a matéria é consenso entre os parlamentares, mas as divergências sobre a concessão do benefício para os municípios travou a votação.
O Jornal Alerta Geral, que é gerado pela FM 104.3 – Grande Fortaleza, tem transmissão pelas redes sociais e por mais de 20 emissoras de rádio do Interior do Estado.
PRIMEIRO EMPREGO
Uma das preocupações é exposta pelo presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, ao lembrar que o projeto de lei passou por governos de vários espectros ideológicos e tem impacto principalmente sobre o primeiro emprego:
‘’É o primeiro emprego, boa parte da juventude é beneficiada. O movimento LGBTQIA+ tem muitos empregos no telemarketing, por exemplo. O risco de a medida não ser aprovada é trocar pessoas por máquinas, diminuir a participação dos trabalhadores em segmentos que contratam muita gente’’, alerta o líder sindical.
MANUTENÇÃO DE EMPREGOS
O diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, lembra que cerca de 1.200 empresas do setor fazem a contribuição previdenciária patronal por meio do faturamento e que o adiamento da votação gera incertezas para o planejamento econômico das empresas.
Para a presidente da Federação Nacional de Call-Center, Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy, o fim da desoneração coloca em risco cerca de 530 mil empregos no setor, em dois anos: segundo ela, o impacto no custo com pessoal é, em média, de 7,5%.
A líder empresarial do setor não consegue arcar com esse aumento e estima demissões em torno de 20% a 25%, o que coloca em risco 530 mil postos de trabalho. As demissões aconteceriam já em dezembro, antes da mudança de regra, então o Congresso não pode adiar mais.
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