A resistência das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado para colocar em discussão a possibilidade de adiamento das eleições municipais de 2020 começa a ser vencida pela realidade dos números da pandemia do coronavírus. O presidente da Câmara, deputado Roberto Maia (DEM), já se articula com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), para criação de grupos de trabalho viltados a discutir o adiamento do calendário das eleições municipais.


O ministro Luís Roberto Barroso que, na próxima segunda-feira, assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resiste à proposta de mudança do calendário, rechaça a ideia de prorrogação de mandatos, mas admite que, se a pandemia impedir a realização das eleições, que o adiamento da escolha dos novos vereadores e prefeito seja por um tempo mínimo.


As autoridades de saúde temem que o número de pessoas infectadas com a Covid-19 se mantenha em alta nos meses que exigem movimentação de militantes partidários e políticos, como, por exemplo, em julho, quando estarão sendo realizadas as convenções para escolha dos candidatos a prefeito e vereador.


Mesmo que esses eventos sejam realizados de forma virtual, é inevitável a movimentação de dirigentes partidários e candidatos à procura de aliados e eleitores.
A campanha pode ser feita pelas redes sociais, pelo rádio e pela televisão, mas, com o primeiro turno do pleito marcado para o dia 4 de outubro, há um temor de que, com aglomerações, o Brasil poderia enfrentar uma onda ainda forte de novos casos de coronavírus.


Com o assunto na pauta, a agenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, prevê reunião com o futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luis Roberto Barroso, para discutir os impactos da pandemia do coronavírus no calendário das eleições de 2020.