O Programa da Agricultura Familiar só tem a ganhar com a iniciativa do agricultor Ednaldo Clementino, 47. Ele é morador da zona rural de Quixeré, localidade de Barreiras no Vale do Jaguaribe, e está utilizando o potencial dos ventos para gerar energia para lavoura e sua produção de polpa de frutas. Clementino fez um investimento e instalou uma pequena usina de energia eólica, onde chega a produzir o equivalente a 72 kw por dia.

No entanto, o benefício ainda não está ao alcance da grande maioria dos agricultores participantes do Programa da Agricultura Familiar do Estado. Ednaldo precisou se arriscar ao financiar o projeto junto ao Banco do Nordeste no valor de R$ 83 mil. A iniciativa foi financiada através de uma parceria do banco com o Governo Estadual. Com o dinheiro ele adquiriu e instalou uma mini turbina de energia na propriedade.

Como seus vizinhos ainda não despertaram para a ideia, ele está absorvendo a produção de frutas deles, matéria prima para sua fábrica de polpa. Ednaldo está utilizando a energia eólica como principal ferramenta de sustentação, transformando a força dos ventos em energia para abastecer as máquinas da sua fábrica de polpas. Ela é produzida por uma mini turbina e usada no plantio de acerola.

A região é atendida por projetos governamentais que incentivam a agricultura familiar. Pequenos produtores estão empenhados em produzir frutas tropicais como acerola, cajá, manga, caju e goiaba, ampliando o mercado de trabalho na região. O agricultor explica como surgiu essa alternativa que tem dado certo e contribuído para a economia de energia em sua fábrica.

“Surgiu na primeira reunião com o pessoal, fomos amadurecendo a ideia e graças a Deus que deu tudo certo. Fomos os primeiros da agricultura familiar a instalar uma turbina eólica no estado do Ceará. No Brasil foi a primeira instalada na agricultura familiar”, explica Ednaldo.

O processo de captação da energia eólica gera cerca de 2.100 kilowatts por mês, equivalente a 72 kw por dia. Com isso, ele consegue economizar até R$ 1.200 por mês, 60% a menos do que gastaria utilizando a energia convencional. E um detalhe: o agricultor ainda transforma em créditos a energia que não é consumida.

Ednaldo Clementino recomenda aos produtores da região a busca pelo uso correto da energia limpa e renovável para melhorar as atividades no campo. O agricultor se diz disponível para explicar e mostrar como funciona seu projeto. Para isso, basta procurá-lo na comunidade Barreiras, no município de Quixeré.

Com a instalação do sistema de energia eólica em sua fábrica de polpas, o agricultor, além de comercializar, garante a estabilidade da produção. Ele emprega atualmente dez pessoas, onde cinco trabalham na colheita e o restante na fábrica.