O debate foi sugerido pelo deputado Apóstolo Luiz Henrique (PP), que é autor do projeto de lei n° 244/19, que tem o objetivo de estabelecer no Ceará a Política Estadual de Reconhecimento e Valorização do Cuidador com Laços Afetivos.
O parlamentar explicou que a ideia de apresentar o projeto surgiu em uma audiência pública, quando ouviu uma mãe relatando as dificuldades que enfrenta e percebeu que é preciso cuidar também dos cuidadores. “Há pais e mães que ficam deprimidos. É preciso cuidar das emoções dessas pessoas”, destacou.
Ele citou alguns pontos de seu projeto, que está tramitando na Casa, e destacou que o texto de sua autoria propõe que o Estado crie um cadastro tanto do cuidador quanto da pessoa cuidada, incentive a formação dos cuidadores com laços afetivos no tocante à escolarização e profissionalização; ofereça o passe livre à pessoa cadastrada nos órgãos competentes como cuidadora com laços afetivos, entre outras propostas.
A presidente da Comissão da Infância e Adolescência, deputada Érika Amorim (PSD), informou que subscreveu o projeto por considerar de grande importância. “Muitos dos cuidadores se sentem muito sozinhos. A gente reconhece que vocês precisam de apoio”, ressaltou a parlamentar.
A audiência também abriu espaço para os cuidadores falarem sobre suas demandas. Maria Bernadete contou sobre a rotina de cuidados com os dois filhos. Ela falou de situações em que enfrenta dificuldades, como falta de apoio e preconceito. “Somos muito abandonados. O emocional fica abalado, e há mães que pensam até em tirar a própria vida”, relatou. Alessandra Maria Coelho destacou que há grande dificuldade de encontrar na rede pública profissionais que sejam especializados em tratar pacientes com necessidades especiais.
A técnica em enfermagem Keila Cassimiro Abreu explicou que é preciso oferecer uma orientação aos cuidadores com laços afetivos, para que eles possam lidar melhor com as necessidades dos entes queridos e prevenir problemas por falta de conhecimento.
A representante da Escola Estadual de Saúde Pública, Bárbara Rebouças, ressaltou que há cursos voltados à comunidade e que a Escola de Saúde Pública pode ser uma ferramenta para que esses cuidadores possam ser orientados.
Também estiveram presentes à reunião a psicóloga Roberta Maria Pereira da Silva; a fisioterapeuta Tereza Neuma da Silveira; a representante do projeto social o Bom Samaritano, bispa Vanessa Lima, e a cuidadora Ana Elisabeth Araújo Viana.