O PSDB oficializou neste sábado (9), em convenção nacional em Brasília, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como novo presidente do partido, por 470 votos sim, 3 não e 1 abstenção.
Ao assumir o comando do PSDB, Alckmin dá um passo na construção de sua possível candidatura à Presidência da República em 2018, quando deve enfrentar Lula. No entanto, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, defende que o partido realize prévias para a escolha do presidenciável tucano.
Em meio à demissão de ministros tucanos do governo, o governador reafirmou o compromisso do partido com o apoio às reformas defendidas por Michel Temer, como a da Previdência. No comando do partido, Alckmin terá mais espaço para negociar alianças com outras siglas, influenciar os diretórios estaduais, além de ganhar uma maior exposição na mídia. Além de Alckmin, foram eleitos o governador de Goiás, Marconi Perillo, como vice-presidente. O segundo vice-presidente é o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli.
Também são vice-presidentes os senadores Paulo Bauer (SC) e Flexa Ribeiro (PA), o governador do Paraná, Beto Richa, os deputados federais Shéridan Oliveira (RR) e Carlos Sampaio (SP), e o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. O secretário-geral será o deputado Marcus Pestana (MG).
Na convenção, a mesa principal foi ocupada pelo prefeito de São Paulo, João Doria, por Alckmin, por Arthur Virgílio, e pelo então presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, e pelo ex-presidente FHC. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), ex-presidente do partido, chegou a ir até o local, mas não ocupou lugar de destaque nem discursou no palco.
Doria, cuja pré-candidatura ao Planalto chegou também a ser cogitada, anunciou na convenção seu apoio a Alckmin como candidato do partido à Presidência em 2018. “Quero dizer aqui o meu apoio, e reafirmar o meu apoio incondicional a Geraldo Alckmin, não apenas como presidente nacional do PSDB mas também para juntos termos a liderança de Geraldo Alckmin para caminhar à Presidência da República do Brasil”.
A escolha de Alckmin para o cargo, que se apresentou como candidato único após acordo que teve a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é também uma tentativa de pacificar a divisão aberta com a saída do senador Aécio Neves do comando da legenda. Aécio chegou a ser ovacionado por uma claque de militantes ao chegar à convenção, mas vaiado do lado de dentro do centro de convenções.
Pego pelas investigações da delação da JBS, e denunciado por corrupção e obstrução de Justiça, Aécio se licenciou da presidência do partido em maio deste ano e passou o posto interinamente ao senador a Tasso Jereissati (CE). Aécio nega qualquer irregularidade.
Pesquisa Datafolha divulgada no dia 2 deste mês apontou Alckmin empatado numericamente em quarto lugar com o ex-governador Ciro Gomes (PDT, 6%) e tecnicamente com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa (sem partido mas cortejado pelo PSB, 5%) e o senador Alvaro Dias (Podemos, 3%).
Nesse cenário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 34% e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) fica na segunda posição, com 17%. Marina Silva (Rede) aparece com 9%, mas tecnicamente empatada com Alckmin, Ciro, Barbosa e Alvaro Dias.
A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
Crédito do UOL