Dores nas costas, incômodo na lateral do corpo, sensação de peso na barriga. Alguns dos sintomas do câncer de rim podem ser confundidos com o de outras enfermidades. Apesar de ser um tipo de tumor mais raro, seus fatores de risco estão em ascensão na sociedade mundial atual, como obesidade e hipertensão, o que tem feito os médicos acenderem o sinal de alerta.

Prova disso é a preocupação da população com estes temas. O termo obesidade, por exemplo, alcançou um recorde de pesquisa na internet, segundo dados da plataforma Google Trends.

Numa escala que vai até 100, sendo este número o máximo de interesse despertado, a procura por informações sobre o assunto no mês passado chegou ao topo em diversos períodos. Enquanto hipertensão mantém uma média de 70.

Segundo a oncologista Mariane Fontes, da Oncoclínicas Rio de Janeiro, a melhor forma de prevenir o câncer de rim é adotar medidas que eliminem os seus fatores de risco.

— Entre eles estão tabagismo, hipertensão, obesidade, doenças renais crônicas. Eliminar o tabagismo, ter um bom controle de pressão e manter um peso saudável ajudam muito a evitar que os pacientes desenvolvam câncer de rim — explica a profissional de Oncologia.

O carcinoma de células renais (CCR), também chamado de câncer de células renais ou de adenocarcinoma de células renais, é o tipo mais comum de câncer de rim, responsável, respectivamente, por 5% e 3% de todas as doenças malignas em homens e mulheres, sendo assim, o sétimo câncer mais comum entre homens e o décimo mais comum entre mulheres.

Em 2018, estimou-se que o câncer renal tenha sido responsável por 2,2% dos novos casos de neoplasias malignas em adultos no mundo. Em 2018, o Instituto Nacional de Câncer, do Ministério da Saúde, estimou, em todo o Brasil, 6.270 casos de câncer de rim, sendo 3.760 entre homens e 2.510 entre mulheres.

Frequente em homens

Este é um tipo de tumor duas vezes mais frequente entre os homens do que entre as mulheres e que, geralmente, acomete indivíduos entre 50 e 70 anos. A preocupação, no entanto, é maior para quem tem histórico da doença na família ou doença renal crônica. Nesses casos, exames preventivos são indicados, visando a um diagnóstico precoce, o que aumenta as chances de cura para o paciente.

— Sem dúvida um paciente que tem história familiar deve procurar um médico para conversar sobre os potenciais riscos. O caráter hereditário pode vir pela realização de testes genéticos, que hoje estão sendo oferecidos de forma mais ampla — explica a médica: — Em caso positivo, o rastreamento pode ser proposto para pacientes que tenham mais alto risco da doença, que devem ser submetidos a monitoração com ultrassonografia abdominal ou tomografia computadorizada para detectar a doença de forma mais precoce — alerta a oncologista.

Para os pacientes, a boa notícia é que os tratamentos evoluíram muito nos últimos anos, a ponto de ser possível conquistar uma vida normal, longe da doença por muitos anos. Entre estes, a Imunoterapia merece destaque, utilizada cada vez mais.

— Desde uma cirurgia, até no tratamento da doença metastática, em combinação com a terapia-alvo. Os tratamentos têm obtido ótimos resultados — comemora a especialista.

Diagnóstico precoce

Mesmo quando o tumor no rim é detectado em um estágio mais avançado, novos medicamentos têm demonstrado esperança no controle da doença.

— A cura do câncer do rim pode ser garantida, sem dúvida, quando o paciente diagnostica de forma precoce, principalmente com uma massa renal pequena, quando ela pode ser operada de uma forma segura. Já em um cenário mais avançado, a gente não pode falar de cura. Mas de um controle da doença, com os medicamentos que têm melhorado e as terapias que vêm avançando ao longo dos últimos anos — afirma a médica.

(*)com informação do Jornal Extra