O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MT) foi escolhido, nessa terça-feira, como o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os empréstimos feitos pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à empresa de Joesley batista, a JBS. Apontada como uma oportunidade de dissecar os envolvidos nas acusações contra o presidente Michel Temer, a comissão já inicia os trabalhos em meio a polêmicas. Assim como o vice-presidente da comissão, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), Marun recebeu doações da JBS no pleito de 2014, o montante doado chega ao valor de R$ 103 mil.

Segundo o sistema eletrônico de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral, Marun foi beneficiado com parte dos R$ 103 mil doados durante a campanha para deputado federal em 2014. Os valores foram repassados através de três pagamentos e

cheque, inicialmente feitos para a senadora Simone Tebet (PDMB-MS) e Nelson Trad Filho, ex-prefeito de Campo Grande. Os mesmo valores também foram divididos com o vice-presidente da CPMI da JBS, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

O primeiro ato da CPMI foi eleger os senadores Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) como presidente e vice-presidente da comissão, respectivamente. Em seu primeiro discurso, Ataídes rechaçou qualquer questionamento sobre a CPMI ter como objetivo retaliar autoridades do Judiciário.

A CPMI da JBS tem reuniões nesta terça-feira e na quarta. Já há mais de 60 requerimentos a serem analisados, entre eles, convite a Rodrigo Janot e convocação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, para prestarem depoimento.