Após a confirmação, pelo relator da reforma da Previdência (PEC 287/16), deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), de que haverá ajustes em pontos polêmicos do texto, líderes do governo e da oposição comentaram o assunto.
O líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), defendeu as alterações nos temas mais sensíveis da proposta, como as regras de transição, a aposentadoria rural, o BPC (Benefício de Prestação Continuada), as pensões e as aposentadorias especiais de professores e policiais.
Segundo o parlamentar, a medida vai facilitar a tramitação e aprovação da reforma na Câmara dos Deputados. “É uma demanda da Câmara dos Deputados, que é a casa do povo e precisa estar atento à voz das ruas, e escutar o que o povo tem para dizer”, destacou.
Efraim Filho explicou que a percepção de que a reforma poderia não ser aprovada, a partir de pesquisas divulgadas pela imprensa, fez com que o governo oferecesse uma resposta imediata à necessidade de mudança no texto.
Para o líder do partido, o governo acertou em propor ajustes de forma a não prejudicar quem mais precisa. “Dá para reverter [o cenário de que não será aprovada]. Os ajustes precisam ser feitos para não prejudicar os pequenos. A hora é caçar os privilégios, uma elite do funcionalismo público e da própria classe política”, defendeu.
Perdendo apoio
Vice-líder do PT, o deputado Luiz Couto (PB) afirmou, no entanto, que as mudanças na reforma da Previdência são um sinal de que o governo está perdendo apoio para aprovar o texto. “As pesquisas mostram isso, e a nossa proposta na PEC da Previdência é apresentar emendas supressivas. Não aceitamos nenhuma modificação, queremos derrotar a PEC da maldade e da perversidade”, criticou.
O deputado afirmou que o governo quer ganhar tempo para convencer a base a votar o texto e que a reforma quer prejudicar os mais pobres. “Basta que o governo cobre daqueles que estão devendo à Previdência e proponha, por exemplo, tributar as grandes fortunas”, defendeu.