O senador Tasso Jereissati (CE), ex-presidente interino do PSDB, afirmou nesta sexta-feira (8) que Antonio Imbassahy “demorou demais” para pedir exoneração da Secretaria de Governo, mas ponderou ser “antes tarde do que nunca”.
Ministro da Secretaria de Governo, Imbassahy (PSDB-BA) pediu exoneração do cargo ao presidente Michel Temer (PMDB) nesta sexta, véspera da convenção nacional do PSDB.
“Eu acho que já existe quase que naturalmente a saída [do PSDB do] governo. O próprio presidente [do partido] Geraldo Alckmin já declarou, então era mais do que o esperado neste momento. […] Já estava em tempo. Acho que ele demorou demais. Acho que ele tomou uma decisão tardia, mas antes tarde do que nunca”, declarou.
Neste sábado (9), o PSDB promove a convenção nacional em Brasília, na qual Alckmin deverá ser eleito o novo presidente da sigla e oficializar o desembarque dos tucanos do Planalto. Segundo Tasso, a exoneração de Imbassahy não deve “mudar o clima” do encontro.
“[A partir de amanhã] nós não somos mais base do governo. Acho que o Geraldo Alckmin vai anunciar isso, mas somos sim a favor de aprovar as reformas independentemente de cargos ou de verbas”, falou.
No último dia 28 de novembro, o pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, afirmou que o partido desembarcará da base aliada assim que ele assumir o comando da sigla.
No dia seguinte, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que os tucanos não estão mais na base de sustentação. “O PSDB não está mais na base de sustentação do governo”, declarou, ao acrescentar que não há constrangimento nem incompatibilidade se Temer decidir manter os ministros citados.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP), seguiu a mesma linha de declarações de Tasso e afirmou que a saída de Imbassahy já era “página virada” no partido.
“Acho que [o desembarque] é uma coisa que não precisa ser oficializada. […] Não será uma convenção para você discutir a questão ou não de apoio, de cargo ou não cargo, até porque nós sempre nos mantivemos afastados dessa questão”, falou.
O PSDB conta com 46 deputados federais e 11 senadores e é a terceira maior bancada partidária no Congresso Nacional.
Até hoje, o PSDB contava com três ministros do partido: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Luislinda Valois (Direitos Humanos). O ex-ministro tucano das Cidades, Bruno Araújo, pediu demissão em 13 de novembro alegando não ter mais apoio da sigla para continuar no cargo.
Com informações UOL