Alternativa terapêutica para diabetes tipo 2 é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em testes que avaliaram sua segurança clínica, o Ozempic (semaglutida) apresentou eficácia na redução da hemoglobina glicada (HbA1c), do peso e das complicações cardiovasculares. O medicamento consiste em produto biológico com solução injetável e aplicação semanal.

Indicado para tratar adulto cujo diabetes esteja insuficientemente controlado, pertence aos agonistas do receptor do GLP-1, que contam com importantes benefícios à saúde do paciente, como adianta o Dr. Freddy Goldberg Eliaschewitz, Assessor Científico da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Além de diminuir rapidamente a glicemia e a hemoglobina glicada, reduz pressão arterial, triglicérides e a perda de proteína pelo rim”.

Destaque na prevenção de cardiopatias

O especialista participou do ensaio duplo-cego de 104 semanas, o SUSTAIN 6, que randomizou 3.297 pessoas com diabetes tipo 2 e elevado risco cardiovascular, para avaliação da segurança do Ozempic. Dentre os resultados, destacam-se as reduções nas ocorrências de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio (IAM), ambos não fatais: 39% e 26%, respectivamente.

“Analisando o estudo ao qual o Ozempic foi submetido, concluímos que ele, além de ser seguro, é benéfico ao paciente. Quem é tratado com essa droga tem uma redução de 26% na taxa de desfecho combinado por morte cardiovascular, IAM e AVC – atualmente, este representa a alternativa mais potente neste sentido dentro da classe dos agonistas do receptor de GLP-1”, atestou Eliaschewitz.

Membro do Departamento de Doenças Cardiovasculares da SBD, a Dra. Rosangela Réa participou como investigadora do ensaio e classificou o resultado como excelente. “O medicamento confirmou as reduções expressivas de hemoglobina glicada e peso já demonstrada em estudos anteriores, e no curto período de pouco mais de dois anos demonstrou benefício cardiovascular”, reforça.

Esse benefício é o principal destaque do Ozempic, sobretudo considerando que, de acordo com a International Diabetes Federation (IDF), idosos com diabetes tipo 2 têm risco de 3 a 4 vezes maior de morrer em decorrência de doenças cardiovasculares. Ainda, a American Diabetes Association estima que, na população entre 51 e 69 anos, o diabetes está ligado a 1/3 dos casos de AVC e 1/4 das doenças coronarianas.

Atenção à retinopatia

A Dra. Rosangela Réa comentou ainda que houve um desequilíbrio nos eventos de retinopatia diabética no SUSTAIN 6 em indivíduos que tinham história de retinopatia diabética, atribuída à rápida e importante melhora no controle do diabetes. “O SUSTAIN 6  trouxe novamente à baila a discussão sobre a redução rápida de hemoglobina glicada, a qual estaria potencialmente contraindicada em pacientes com esta condição pré-existente”.

A retinopatia é uma das complicações mais comuns, presente em mais de 90% das pessoas com diabetes tipo 1 e 60% daqueles com tipo 2, que tenham a doença há mais de 20 anos.

 

Com informações Assessoria de Comunicação