A utilização de ferramenta colaborativa para tornar mais ágil e eficaz o trabalho da polícia. Para cumprir esse objetivo, o Governo do Ceará lançou nesta quinta-feira (28) o aplicativo 190, voltado para smartphones. A novidade abrirá nova porta de acesso do cidadão aos serviços de socorro da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
O lançamento da tecnologia ocorreu no Palácio da Abolição, em cerimônia presidida pelo governador Camilo Santana, e com as presenças do titular da SSPDS, André Costa, do vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan, dentre outras autoridades políticas e de Segurança do Estado.
Iniciativa que integra o Pacto por um Ceará Pacífico, o APP 190 funcionará para o registro virtual de ocorrências de roubo e lesão através do celular. O usuário precisa, para acessar ao serviço, ter um aparelho móvel com os sistemas operacionais Android (fazer o download em Google Play) ou IOS (APP Store), com tecnologias 3G, Wi-Fi e GPS, além de aceitar as políticas de privacidade e de segurança da informação.
As ocorrências que poderão ser registradas via APP 190 são aquelas mais recorrentes em ligações para o número de telefone 190: lesão à bala, à faca e a outros; roubo à pessoa, a veículo, a estabelecimento comercial e à residência; disparo de arma de fogo e incêndio à residência, à vegetação e em prédio comercial.
Camilo Santana destaca que o APP 190 amplia a acessibilidade aos serviços de segurança com uma ferramenta rápida e sem burocracia. O governador também expõe que a tecnologia trará mais credibilidade e convicção da Ciops com relação às solicitações feitas pelos usuários.
“Se o fato ocorrer naquele momento, a pessoa pode fazer o registro do cidadão, do veículo, pode gravar, bater uma foto e enviar pelo aplicativo. Imediatamente, ao receber a solicitação, a Ciops já encaminha para a viatura mais próxima ao local onde o fato ocorreu. E o mais importante: a tecnologia evita o trote. São quase 2,5 milhões de trotes para a polícia no Ceará. O dispositivo identifica quem enviou a denúncia do ato criminoso, então a polícia terá mais conhecimento sobre quem procurar em caso de que se confirme uma possível informação falsa”, conta Camilo.
Todo usuário deverá, ao utilizar pela primeira vez o aplicativo, realizar um cadastro prévio com os dados necessários para abrir uma ocorrência.
Nas redes sociais, vídeos que apontam fatos criminosos ganham muitos compartilhamentos e repercutem para o conhecimento de milhares de pessoas. Com o aplicativo 190, o Governo do Ceará espera que a Segurança Pública do Estado se torne o principal destino destes vídeos e imagens que denunciem os fatos que envolvam violência. O secretário da SSPDS, André Costa, afirma que a população brasileira poderá andar aliada à tecnologia para diminuição dos índices de criminalidade nos municípios cearenses.
“A ocorrência pode ser gerada pela própria vítima ou por terceiro. É importante que a população participe. Presenciando um fato criminoso, você pode ali registrar uma foto, uma filmagem. Vira e mexe, a gente vê alguém postar nas redes sociais algum flagrante de crime. Esperamos que esse cidadão, ao fazer essa foto ou filmagem, possa criar o hábito de enviar para o 190. Certamente isso vai nos dar um retorno satisfatório”, afirma.
Secretário-chefe do Gabinete da vice-governadora do Ceará, Fernando Oliveira explica que o APP 190 surgiu a partir de reuniões estratégicas entre Vice-Governadoria e SSPDS, guiadas pela busca de novas formas da população contribuir para a Segurança Pública na identificação de delitos. “Há cerca de um ano, foi surgindo essa ideia do 190 eletrônico. A concepção foi amadurecida em conversas entre as duas pastas do Governo do Ceará, até chegarmos a essa ferramenta, que trará maior rapidez e a diminuição de incidência de trotes”.
Responsável por comandar a execução do projeto, o líder de Tecnologia da Informação (TI) da Vice-Governadoria, Catulo Hansen, reforça que o aplicativo foi todo arquitetado para facilitar o caráter colaborativo, pelo qual o cidadão poderá enviar sem complicações as evidências para a polícia ter ação mais rápida e com mais detalhes do caso.
“Importante destacar que usamos metodologias rápidas, ferramentas open source, e tivemos mão de obra interna. Não foi contratada uma empresa por fora, foi uma equipe do próprio governo que desenvolveu o aplicativo”, ressalta Hansen.
Durante o evento no Palácio da Abolição, o governador Camilo Santana também anunciou outra ferramenta tecnológica importante no combate a criminalidade: o Alerta Brasil. A ferramenta é um sistema inteligente de leitura de placas de veículos da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que foi integrada aos sistemas de monitoramento da SSPDS.
“Nós vamos ter uma enorme capacidade para atingir os objetivos do Alerta Brasil, que antes era só utilizado nas rodovias federais. O Ceará é o primeiro estado que utiliza o Alerta Brasil nas rodovias estaduais. Para isso, será preciso pegar as câmeras de todo o Estado para integrar o sistema e permitir uma agilidade maior e uma grande cobertura para identificar quem cometeu o delito”, diz o governador.
A parceria com a PRF, que possibilitou que a SSPDS passasse a utilizar um sistema inteligente de leitura de placas, já possibilitou, desde o início do processo em 15 de julho (até 15 de setembro), que a taxa de recuperação de veículos subisse de 47,9% para 57,1%, em Fortaleza, o que representa um crescimento de 19,1% na taxa. Ao todo, de maneira geral, desde o dia 10 de agosto o último dia 25, foram localizados 1.646 veículos em todo o Estado.
Antes das ações mais recentes de monitoramento, em agosto deste ano, a SSPDS criou também o S25 Provisório (S25 na linguagem policial significa alerta). A medida busca a recuperação de carros e motocicletas roubados ou furtados em um tempo mais rápido.
Desde que o S25 Provisório foi implantado, os mais de 600 carros e motocicletas recuperados são reflexo de mais de 2,1 mil registros. Com apenas uma ligação para o 190, as vítimas têm os dados das ocorrências inseridos nos sistemas da Ciops e do Alerta Brasil, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), por 72 horas. Antes, dados de automóveis subtraídos só eram inseridos após o registro do Boletim de Ocorrência (BO). A nova medida busca acelerar as buscas pelo bem levado enquanto os trâmites legais são realizados.
Com informações Governo do Estado do Ceará