Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1% em 2017 após dois anos consecutivos de retração. Em valores brutos, o valor do PIB em 2017 foi de R$ 6,6 trilhões.

O resultado mostra que a economia brasileira começou a se recuperar em 2017, mas ainda não repõe as perdas da atividade econômica na crise. Em 2015 e 2016, o PIB recuou 3,5% sobre o ano anterior, na maior recessão da história recente do país.

De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis, com este resultado, o PIB retorna ao patamar observado no primeiro semestre de 2011. “Isso considerando o valor adicionado em termos reais, já descontada a inflação”, enfatizou a pesquisadora.

Entre os fatores que puxaram a recuperação da economia, está o aumento do consumo das famílias, que é responsável por 63,4% do PIB brasileiro, e avançou 1% no ano passado. Entre os setores, o destaque foi o agronegócio, que fechou o ano com crescimento de 13%, impulsionado pela safra recorde.

No quarto trimestre, o PIB cresceu 0,1% em relação ao trimestre anterior, na quarta alta consecutiva nessa base de comparação. Frente ao mesmo período de 2016, o avanço foi de 2,1%.

O PIB per capita cresceu 0,2% no ano passado, alcançando R$ 31.587, já considerando a inflação. O PIB per capita é definido como a divisão do valor corrente do PIB pela população residente no meio do ano.

A safra recorde levou o setor agrícola a crescer 13% em 2017, no melhor desempenho do PIB desde o início da série histórica do IBGE, em 1996, superando o avanço de 8,4% registrado em 2013.

O resultado positivo ocorre após um dos piores anos do agronegócio em 2016, o setor encolheu 4,3%. Segundo o IBGE, a expansão da colheita de milho (55,2%) e soja (19,4%) foram importantes para o bom desempenho do agronegócio.

O setor de serviços também se recuperou, com avanço de 0,3% no ano. Esse setor é beneficiado pela expansão do consumo das famílias brasileiras, que voltaram a gastar. O comércio cresceu 1,8%, seguido por atividades imobiliárias (1,1%) e pelos transportes.

A indústria brasileira ficou estagnada em 2017, após três anos consecutivos de queda. A última vez que o setor apresentou avanço no PIB foi em 2013, quando cresceu 2,2%. Entre os segmentos, o destaque positivo foi a alta na atividade extrativa (4,3%), enquanto o negativo foi a construção civil, que encolheu 5% no ano.

Com informações do G1