O senador Tasso Jereissati (PSDB) encerra, nesta terça-feira (31), um ciclo de 28 anos de mandatos nos Poderes Executivo e Legislativo. Com atuação no Centro Industrial do Ceará (CIC), Tasso surgiu, em 1986, como o nome ideal para enfrentar os chamados coronéis que se revezavam no controle político administrativo do Governo do Estado.

A boa imagem somada com as novidades do marketing político e, especialmente, com a força da propaganda pelo rádio e pela televisão, levou Tasso Jereissati a uma vitória contra o então candidato do extinto PFL, Adauto Bezerra.

Filiado ao PMDB e beneficiado pelas transformações políticas que marcavam a segunda metade da década de 80, com o fim do regime militar, o galeguim do ‘zoí azul’ destronava, naquele momento, a tríade dos coronéis comandada pelos líderes Virgílio Távora, Adauto Bezerra e César Cals. Tasso entrou na campanha diante de muito ceticismo porque, do outro lado, sob o comando de Virgílio, César e Adauto.

A primeira gestão de Tasso Jereissati, iniciada em março de 1987, foi marcada pelo rompimento do modelo político dos coronéis e abriu os caminhos do desenvolvimento econômico com projetos na área industrial. Tasso elegeu como sucessor, em 1990, Ciro Gomes e, em 1994, voltou para o segundo mandato, reelegendo-se em 1998. Em 2002, deixa o cargo para conquistar o primeiro mandato no Senado.

Tasso tentou, em 2010, se reeleger, mas a onda de popularidade do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva, o deixou fora do Senado por quatro anos. O tucano foi derrotado na aliança entre o PT e os irmãos Ferreira Gomes que ajudam eleger Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT) ao Senado. Em 2014, Tasso reconquistou a vaga de senador e, nesta terça-feira, encerra o segundo mandato no Senado.

A partir dessa quarta-feira, a agenda de Tasso Jereissati muda e sai dos corredores do Congresso Nacional. Tasso vai manter atividades no PSDB e sonha com a revitalização do partido que, na legislatura 2023-2027, terá apenas 13 deputados federais. Um retrato da fragilidade de um partido que governou o Brasil por dois mandatos com Fernando Henrique Cardoso. No Ceará, o PSDB não elegeu nenhum deputado federal e tem apenas uma vaga na Assembleia Legislativa, com Emília Pessoa.