O governador Camilo Santana (PT), pré-candidato à reeleição, caiu em campo para segurar os partidos que o apoiam e que, nesta semana, oficializam uma aliança com o PSDB na corrida à Presidência da República. As principais siglas da aliança de Camilo, como DEM, PP, PR, PRB, SD, PSD e PTB, aderiram à pré-candidatura de Geraldo Alckmin ao Palácio do Planalto.  O anúncio do apoio ao tucano será feito na próxima quinta-feira.

O bloco de partidos denominado centrão (DEM, PP, PRB, PR, SD e PRB) chegou a negociar com o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, mas as lideranças dessas siglas optaram pela candidatura de Alckmin. A redefinição de rumos do bloco partidário teve como fator determinante o presidente Michel Temer. Amigo e aliado de Geraldo Alckmin, Temer agiu para evitar que os partidos da base de sustentação ao Governo Federal apoiassem o seu principal adversário e inimigo político Ciro Gomes.

O apoio do DEM, PP, PRB, PR, PP, SD e PRB, além do PTB e PSD, a Geraldo Alckmin não significa necessariamente defecções na aliança que Camilo Santana está construindo na disputa ao Palácio da Abolição. A tranquilidade antes existente diante da perspectiva de aliança do bloco de centro com Ciro Gomes daria a estabilidade, sem sobressaltos e contratempos, para Camilo continuar na caminhada para conquistar a eleição no primeiro turno. Agora, o ambiente é diferente porque o jogo de pressão começou.

Com as pressões, as mudanças no quadro nacional têm reflexos no Ceará: lideranças nacionais dos partidos de centro passam a ouvir apelos para o fortalecimento do palanque regional de Geraldo Alckmin. Sem perder tempo, o senador Tasso Jereissati já abriu articulações para ampliar, com siglas integrantes do centrão, a coligação que lançará a candidatura do general Theophilo Gaspar (PSDB)  ao Governo do Estado.

Xadrez das alianças e Câmara Federal

As pressões podem não significar mudanças, mas geram inquietação entre os aliados de Camilo Santana. Camilo conta, porém, com um fator de extrema relevância para evitar a saída de partidos do centrão da sua base: a necessidade dessas siglas elegerem deputados federais que as garantirão mais recursos para os fundos partidário e eleitoral a partir de 2019.

Hoje, atuais deputados federais ou pré-candidatos à Câmara Federal, com chances reais de sucesso nas urnas, enchem de brilho os olhos de dirigentes nacionais dos partidos que tem como principal desafio no dia 7 de outubro ampliar a representação parlamentar. Quanto mais deputados federais, mais dinheiro nos cofres dos partidos.

A engrenagem das alianças à Câmara   montada na base de apoio a Camilo Santana permite ao DEM, PRB, SD, PP, PR, PTB e PSD elegerem um número expressivo de deputados federais. Se um desses partidos sair para uma coligação proporcional com o PSDB, serão bem menores as chances de êxito na corrida à Câmara Federal. Esse fator contribui para Camilo Santana manter intacta a forte base partidária que o acompanha, nesse momento, na pré-candidatura à reeleição.