Fachada do edifício sede do Supremo Tribunal Federal - STF

Em meio a crise entre Poderes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deve se reunir nesta quarta-feira com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. O encontro, previsto para ocorrer na sede do STF, ocorre diante da ameaça do presidente Jair Bolsonaro de apresentar pedidos de impeachment contra os ministros da Corte Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Pacheco já havia procurado Fux no domingo, por telefone. Ao longo do final de semana, para que a temperatura baixasse e sem entrar diretamente no conflito, o presidente do Senado também enviou recados através de emissários para tentar pacificar a relação.

No início de agosto, após novos ataques de Bolsonaro ao STF, Fux decidiu cancelar uma reunião entre os chefes dos Três Poderes. Agora, ele pretende conversar separadamente com Pacheco e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Ontem, Pacheco sinalizou a aliados que não deve dar andamento aos eventuais pedidos de impeachment de ministros do STF apresentados por Bolsonaro ou algum de seus aliados. Cabe exclusivamente ao Senado analisar este tipo de caso.

De acordo com relatos, Pacheco tratou do assunto com pessoas próximas, entre elas o ex-presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que está alinhado no sentido de enterrar qualquer eventual processo de afastamento dos ministros do STF. Para eles, a pauta não tem chance de avançar no Legislativo. O processo só te andamento se o presidente do Senado fizer a leitura do pedido em plenário.

Pacheco tem evitado fazer comentários públicos no momento por considerar que não seria prudente antecipar uma posição sobre o assunto antes de receber os pedidos de impeachment formalmente.

Ainda assim, o presidente do Senado usou as redes sociais ontem para mandar recados ao Planalto. Em nota, ele afirmou que “patriotas são aqueles que unem o Brasil, e não os que querem dividi-lo”. Sem citar nomes, o presidente do Senado também disse que o Congresso “não permitirá retrocessos”.

(*) Com informações O Globo