Os vereadores da cidade de Granjeiro, no interior do Ceará, devem definir nesta quinta-feira (26) como será a posse do atual vice-prefeito Ticiano Tomé (PSDB) após o assassinato do prefeito João Gregório Neto, conhecido como João do Povo.
João do Povo foi morto a tiros na manhã da última terça-feira (24), enquanto caminhava próximo à parede do Açude Junco, no entorno da casa onde morava, em Granjeiro. A vítima foi atingida pelas costas. A polícia apura a autoria e a motivação do crime, mas nenhum suspeito foi preso até o momento. O governador do Ceará, Camilo Santana, determinou rigor nas investigações.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Granjeiro, Luiz Márcio Pereira (PMN), ainda não houve tempo hábil para definir os detalhes sobre a posse.
Apesar de integrarem a mesma chapa vencedora das eleições municipais de 2016, o prefeito e o vice haviam rompido há pouco mais de oito meses, quando o grupo político de Ticiano Tomé fez denúncias contra João do Povo.
O gestor era suspeito de movimentar cerca de R$ 26 milhões na conta de um parente beneficiário de aposentadoria rural, num período de dois anos, segundo as investigações da Operação Bricolagem, relativas a fraudes em licitações para construção de escolas. O valor dos contratos fraudados somava cerca de R$ 5 milhões. Um dos mandados foi cumprido em sua casa, onde foram encontrados R$ 213 mil em espécie, guardados em caixas de sapatos.
Moradores da cidade relataram terem visto um carro com suspeitos se aproximando do gestor municipal, logo antes do assassinato. Foram ouvidos pelo menos três disparos. A população tentou socorrer o prefeito, mas, quando chegaram próximo ao local, ele já estava morto. De acordo com uma fonte da polícia, o carro utilizado pelos criminosos foi flagrado por uma câmera de segurança.