O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mantém como o nome mais popular entre opções ao Palácio do Planalto, mas a condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, que o impôs 12 anos e 1 mês de pena por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, abalou o poder que o ex-presidente tinha de transferir votos a um possível candidato que o substitua na disputa presidencial.

A primeira pesquisa do Datafolha, realizada neste ano sobre as intenções de votos para as eleições presidenciais, revela que o percentual de eleitores que não votariam em um nome apoiado pelo petista subiu de 48%, em novembro, para 53%. As lideranças do PT apostam na popularidade de Lula para alavancar um nome que o substitua na corrida à Presidência da República.

Os números do Datafolha mostram que a rejeição ao candidato apoiado pelo petista voltou a superar metade do eleitorado, depois de uma leve recuperação na pesquisa anterior. Em setembro, esse percentual chegara a 55%. Os dirigentes do PT avaliam que a liderança de Lula é a única maneira de impulsionar um eventual nome escolhido, caso o ex-presidente seja declarado inelegível. Um dos nomes do PT para o Palácio do Planalto é o ex-governador da Bahia e ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner (PT), que, na pesquisa do Datafolha, aparece com 2% de intenção de votos.

A força de Lula será, contudo, um grande trunfo para o candidato que recebê-lo no palanque. De acordo com o Datafolha, 27% dos entrevistados  dizem que o apoio de Lula influenciaria “com certeza” sua escolha, e 17% afirmam que “talvez” votassem no nome indicado por ele.