Após causar muita polêmica, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, desistiu nesta quinta-feira (2) de pedir a acumulação do salário integral do cargo que ocupa atualmente com a aposentadoria de desembargadora.

Ela disse que foi formulado um requerimento pedindo a desistência da solicitação apresentada no início de outubro pela ministra à Casa Civil. A aposentadoria bruta da ministra é de R$ R$ 30.471,10 e o seu salário mensal é de R$ 30.934,70.

Com a regra de abate do teto salarial, no entanto, ela recebe R$ 33.700, o que equivale ao salário bruto dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Caso o pedido fosse deferido, a ministra passaria a receber R$ 61,4 mil.

Na solicitação foi publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e confirmado pela reportagem, ela justificou o pedido afirmando que o trabalho executado sem a correspondente contrapartida “se assemelha a trabalho escravo”.

Filiada ao PSDB, a ministra é a única negra no primeiro escalão do governo federal e foi autora da primeira sentença de condenação por racismo, em 1993.

O pedido da ministra e a referência ao trabalho escravo foram criticados por assessores e auxiliares presidenciais, para os quais a tucana deu um mau exemplo.

O presidente Michel Temer não pretende, pelo menos por enquanto, afastá-la do cargo por conta da polêmica. Mas o certo é que  o episódio desgastou a ministra e pode ser a porta que os partidos da base esperavam para tirar os tucanos do primeiro escalão.

Com agências de notícias