O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou, no final da noite deste domingo, dia 8, o afastamento do cargo, por 90 dias, do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Moraes considerou que o Governo do Distrito Federal foi omisso para conter a ação dos golpistas que invadiram as sedes do STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional.


O ministro Alexandre de Moraes determinou, ainda, a dissolução em, no máximo 24 horas, dos acampamentos antidemocráticos no entorno de quartéis. Milhares de simpatizantes do ex-presidente Bolsonaro protestam contra a posse do presidente Lula. As manifestações se transformam em atos de violência contra à democracia.

Segundo o ministro do STF, houve “diversos e fortíssimos indícios que apontam graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal, pelos quais é o responsável direto o governador”.


Um dos relatos de Alexandre de Moraes, como retrato da omissão e da conivência, foi a escoltada, como registrou a imprensa, da marcha golpista formada por “terroristas e criminosos” e a falta de “resistência exigida para a gravidade da situação’’.

De acordo com Alexandre de Moraes, parte do efetivo da Polícia Militar filmou “de forma jocosa e para entretenimento pessoal” os crimes. O ministro cita, ainda, a demissão do secretário de Segurança Pública Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro, enquanto “atos terroristas ainda estavam ocorrendo”.

O ministro do STF afirma que “o descaso e a conivência” de Anderson Torres “só não foi mais acintoso do que a conduta dolosamente omissiva” de Ibaneis Rocha. Com o afastamento de Ibaneis, a vice-governadora Celina Leão (PP) assume o comando político e administrativo do Governo do Distrito Federal. Celina chegou a dizer, antes da decisão do Ministro Alexandre de Moraes, que ‘’democracia não é invasão’’.