O presidenciável Ciro Gomes (PDT) decidiu retomar a pré-candidatura à Presidência da República após a bancada do PDT ampliar o número de votos, no segundo turno, contra a PEC dos Precatórios. A Proposta de Emenda à Constituição derruba o teto de gastos da União e muda a sistemática de pagamento de precatórios. Durante o primeiro turno na Câmara, 15 deputados do PDT votaram a favor do texto, o que levou Ciro a suspender temporariamente a pré-candidatura. O assunto ganhou destaque no Bate Papo Político com os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida no Jornal Alerta Geral desta quinta-feira (11).

Com a retomada da agenda como pré-candidato, Ciro se articula para buscar a viabilização de palanque como terceira via ao Palácio do Planalto. “Estou de volta, sim. Eu volto à luta porque o meu partido, os companheiros da bancada, me deram um sinal muito generoso e corajoso. Só fazem esse tipo de gesto aqueles que têm compostura”, disse Ciro em entrevista à CNN Brasil para justificar a sua decisão.

Para quem especulou uma possível desistência do projeto de concorrer às eleições presidenciais de 2022, Ciro foi enfático ao dizer que “em nenhuma hipótese” cogitou abandonar a candidatura à Presidência, mesmo com o desempenho nas pesquisas estagnado, e disse manter o seu projeto, apesar das dificuldades. “Eu confio no povo brasileiro, sou um velho ganhador de eleições”, observou.

Segundo, ainda, Ciro Gomes, a decisão de suspender temporariamente a pré-candidatura não significou desistência, mas sim um gesto de luta: “Eu não desisti da minha pré-candidatura. Eu suspendi, como um ato de luta. Porque eu não posso tomar bola nas costas”, destacou o pedetista.

Ciro disse, na entrevista à CNN Brasil, que a justificativa apresentada por parte da bancada para votar favorável a PEC dos Precatórios foi na intenção de “diminuir os danos, dado que o fato era consumado”. Ele citou, ainda, ter ouvido dos colegas de partido o discurso de que não se pode fazer uma oposição irresponsável.

De volta à pré-candidatura, Ciro agradeceu publicamente à bancada federal do partido, “que entendeu a necessidade de reavaliar [o assunto], por sua própria consciência” e ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que tem lhe dado “toda segurança”.

Ao ser questionado sobre a entrada do ex-juiz Sérgio Moro na corrida ao Palácio do Planalto, Ciro não perdeu tempo e afirmou que o ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro “quer usar a nação brasileira, no momento da sua pior crise, como uma espécie de psiquiatra para resolver a sua brutal crise de identidade […], de político juiz e juiz político”.