A Comissão Especial para Acompanhar e Monitorar as Obras do Rio São Francisco da Assembleia Legislativa fez na tarde desta segunda-feira (10/12), no Salão Nobre da Presidência da AL, a última reunião deste ano para avaliar as ações desenvolvidas e discutir as próximas ações.
O presidente do colegiado, deputado Carlos Matos (PSDB) fez um breve balanço dos trabalhos. “A Assembleia mobilizou e mediou uma grande discussão para o Estado. A água no Ceará é um assunto permanente e esse fórum tem que continuar”, afirmou o parlamentar.
Entre os encaminhamentos, Carlos Matos destacou que já marcou uma reunião com o deputado federal Danilo Forte (PSDB–CE), para ele seja um dos agentes nesta discussão sobre a questão hídrica junto ao Governo Federal. “Também vamos formular uma carta com propostas que serão encaminhadas a partir das discussões feitas nesse encontro com o deputado federal”, explicou.
O secretário adjunto da Secretaria de Recursos Hídricos, Ramon Rodrigues, informou que as obras do caminho da águas, que trarão água do São Francisco, deverão ser finalizadas em 21 de dezembro deste ano. Contudo, não é possível dizer exatamente quando essa água chegará ao Ceará. Ele afirmou que a probabilidade é que o processo leve entre dois e três meses, mas isso vai depender de decisões técnicas.
O superintendente da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Ricardo Silveira, fez um alerta em relação à falta de saneamento básico nas cidades por onde vão passar as águas do Rio São Francisco. Segundo Silveira, a falta de tratamento de esgoto nesses municípios poderá contaminar a água da transposição. Para o superintendente da Funasa, é preciso olhar com urgência para essa questão para evitar que os benefícios da transposição não causem um novo problema.
O diretor Geral do DNOCS, Ângelo Guerra, falou sobre as alternativas que o órgão vem buscando para conseguir recursos hídricos. Ele destacou um projeto que prevê a utilização de poços perfurados pela Petrobras, onde não foi encontrado petróleo. Segundo o diretor, esses poços são abandonados, mas alguns deles alcançam fontes de água e podem ser aproveitados.
A supervisora do Núcleo de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, falou sobre as possibilidades de chuvas. Segundo a pesquisadora, tem chovido no interior do Estado e essa pré-estação chuvosa traz esperança, mas não dá uma garantia de que haverá bom inverno.
Sakamoto destacou ainda que a tendência para 2019 é de configuração do fenômeno El Niño, o que impacta negativamente no Ceará. Porém, ela explica que a intensidade do fenômeno varia de fraca a moderada, mas só será possível ter uma previsão mais precisa no ano que vem. Ainda de acordo com Meire, a Funceme irá divulgar a previsão da próxima estação chuvosa em 18 de janeiro do próximo ano.
Também estiveram presentes à audiência o senador eleito Eduardo Girão, além de representantes da Sohidra, Dnocs, Funceme, Ematerce, SRH, SDA, ABCC, Funasa, Sindlaticínios, Aprece, Fiec, Adece, BNB, Cagece, Seuma, Univale, Faec e representantes de empresas do segmento do agronegócio.
AGÊNCIA AL