Você acreditaria se lhe dissessem que usar secador de cabelo destrói o coronavírus; ou que a vacina causa Autismo? Muitos acreditam. Esse tipo de narrativa, divulgado principalmente nas redes sociais, é uma informação irreal que apela para o emocional do consumidor da notícia e o faz acreditar.

As “fake news” ou notícias falsas têm efeitos sociais sérios e podem destruir reputações. Como enfrentar a mentira e evitar que se transforme em pós-verdade é um dos objetivos do encontro deste mês de agosto, dentro do projeto “Grandes Debates – Parlamento Protagonista”, com a participação das jornalistas Manuela D’Ávila, Luizianne Lins, Natália Leal, e do deputado estadual Júlio Cesar (Cidadania). O debate é uma realização da Assembleia Legislativa, por meio do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos, e será exibido na próxima segunda-feira, 30, a partir das 21h, pela TV Assembleia, Rádio Assembleia FM e redes sociais da casa.
 
A divulgação de notícias falsas pode interferir negativamente em vários setores da sociedade, como política, saúde e segurança. Apesar de parecer recente, o termo fake news, ou notícia falsa em português não é uma novidade. Segundo o dicionário Merriam-Webster, a expressão é usada desde o final do século XIX. A imprensa internacional começou a usar com mais frequência o termo durante a eleição de 2016, nos Estados Unidos, que elegeu Donald Trump presidente. Na ocasião, empresas especializadas identificaram sites com conteúdo duvidoso, que exploravam conteúdos sensacionalistas envolvendo, em alguns casos, personalidades importantes, principalmente sua adversária Hillary Clinton. 

No Brasil, uma das fake news que circulou durante a campanha presidencial de 2018 acusava o então candidato Fernando Haddad (PT) de ser o autor do “kit gay” para orientar sexualmente as crianças nas escolas, enquanto era ministro da Educação. O apelido foi dado ao projeto “Escola sem homofobia”, voltado a educadores; o livro “Aparelho Sexual e Cia” não fez parte do projeto e nem sequer foi usado em escolas, mas a informação falsa se disseminou como pós-verdade. 

Com a aproximação das eleições majoritárias de 2022 para presidente da República, governadores, senadores e deputados federais, aprofunda-se a discussão em torno do tema, junto com investigações de denúncias da prática. Recente relatório da Polícia Federal encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral informa que canais bolsonaristas nas redes sociais atuam para “diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira”. A estratégia é atacar os veículos tradicionais de informação (jornais, rádios, TVs etc.) para colocar em dúvida a informação verdadeira e disseminar a informação falsa em seu lugar. Esse método também foi aplicado na campanha contra as urnas eletrônicas, aprendizado da campanha eleitoral derrotada de Donald Trump, nos Estados Unidos. 

(*)com informação da AL