Considerado o Dia Nacional de Prevenção à Lavagem de Dinheiro, 29 de outubro, procura chamar a atenção dos setores público e privado e da sociedade sobre o tema. O lançamento desta data foi uma iniciativa de várias instituições brasileiras que compõem a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), dentre os quais, a Unidade de Inteligência Financeira do Brasil (UIF), em conjunto com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Neste dia, a UIF procura alertar instituições e população sobre a necessidade de compreender como a lavagem de dinheiro acontece e de engajar a participação no combate a esse chamado crime invisível.

Em entrevista O deputado Tin Gomes (PDT), em entrevista à rádio FM Assembleia (96,7MHz), destacou a importância da iniciativa como uma forma de esclarecer para as pessoas sobre esse tipo de dinheiro ilícito.

“É uma data em que se alerta a sociedade sobre a lavagem de dinheiro em operações não republicanas. É importante, neste dia, que os órgãos que comandam e fiscalizam as finanças do País possam orientar a população sobre como é preocupante a lavagem de dinheiro, fazendo alguma campanha nesse sentido de divulgar a questão”, apontou o parlamentar.

Para o deputado Renato Roseno (Psol), é necessário estabelecer mecanismos mais rígidos no combate à lavagem de dinheiro.

“A compra de imóveis, por parte de autoridades, com dinheiro vivo é um absurdo que ainda acontece no Brasil, sendo um dos mecanismos clássicos de lavagem de dinheiro”, salientou.

De acordo com o parlamentar, trata-se de algo que não pode mais ser tolerado e deve ser levado ao conhecimento público para uma melhor compreensão sobre a prática.

“Inclusive em relação à nota de R$ 200, as autoridades de combate à lavagem de dinheiro disseram que o lançamento do valor era algo equivocado, já que é um dos mecanismos que facilita transação de grandes quantias em espécie e que não passam pelo sistema financeiro”, assinalou Roseno.

O presidente da Comissão de Estudos em Direito Penal (CEDP) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE), advogado Matheus Braga, ressalta que todos podem contribuir no combate à pratica de lavagem de dinheiro, desde que sejam vigilantes.

“Se nos mantivermos em estado de alerta nas relações mantidas com terceiros, especialmente quando estiver envolvida a transferência de grandes somas de dinheiro, o cidadão brasileiro poderá muitas vezes identificar uma situação suspeita”, afirmou o advogado.

Segundo ele, a partir da identificação de uma situação suspeita, vai ser mais fácil reportar o caso para uma autoridade, evitando, portanto, a prática do crime.

“É preciso certificar a origem daqueles valores, a origem e o destino dos bens do serviço a que se está adquirindo. Com esse cuidado e estado de vigilância é que se consegue, de alguma forma, coibir a prática de lavagem de dinheiro”, pontuou Matheus Braga.

Ele enfatizou ainda que no ambiente corporativo, se faz mais importante adotar um estado de vigilância, cuidado e alerta. O advogado citou como fundamentais os programas de integridade, que são voltados para a prevenção de ilícitos, incluindo-se o crime de lavagem.

(*)com informação da AL