O dia 21 de agosto já era inesquecível para o casal Renata Silva do Vale Leitão, 19, e Ravel Amorim de Souza, 22. Agora, então, mais ainda. No dia em que completaram exatos dois anos juntos, eles ganharam o melhor presente: o nascimento da primeira filha, Ana Terra, que veio ao mundo via parto natural, conduzido pela equipe de obstetrícia do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
A experiência do parto teve a presença do marido e foi realizada em um ambiente especialmente preparado para o momento, em que o pai da criança participa de todas as etapas, o que também vai ficar marcada na memória do casal. “Eu não imaginava que ia ser dessa forma. O parto humanizado eu já ouvi muito falar, até queria, mas achava que era fora do meu alcance”, lembra Renata Leitão.
O chamado parto humanizado é uma abordagem que visa resgatar a naturalidade do processo de dar à luz, respeitando os desejos e necessidades da gestante e promovendo um ambiente acolhedor e seguro. “A gente sempre pensava que o parto humanizado era caro, de difícil acesso para pessoas que têm acompanhamento na saúde pública e, para mim, vir aqui e ver que seria dessa forma foi bem diferente, eu não imaginava que era possível. Foi maravilhoso”, completa a puérpera, realizada.
O carimbo feito com a placenta do recém-nascido busca trazer uma lembrança positiva do nascimento
Parto humanizado
A enfermeira coordenadora de obstetrícia, Dyana Madeira, explica que nesse processo da assistência ao parto, é considerada a fisiologia feminina, sem intervenções, com o oferecimento de suporte emocional à paciente e à família. “Garantimos o direito de escolha em relação ao acompanhante, corpo e posição de parir desejados. São ofertados métodos não farmacológicos, como banho, danças, musicoterapia, penumbra, posição de livre escolha. Além, de favorecer a hora de ouro com contato pele a pele, pega do peito, amamentação na primeira hora de vida, e ofertado o carimbo da placenta, com lembrança, entre outras”.
Com tudo isso direcionado ao casal, a chegada de Ana Terra foi ainda mais emocionante. “Foi mágico, foi diferente, senti as dores, mas foi um alívio imediato [assim que a filha nasceu], foi muito bom, foi sensacional a experiência. São ótimos profissionais também, todos eles ficaram sempre atentos ao que eu estava sentindo, à forma como eu me expressava, eles estavam sempre todos ali muito perto, foi ótimo”, expressa a mãe, feliz pela forma como o parto foi conduzido.
Acompanhante
O chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Flávio Ibiapina, ressalta a importância do acompanhante para as gestantes. “Ter um acompanhante durante a internação no hospital pode fazer uma grande diferença para uma gestante. A presença de alguém próximo traz um apoio emocional valioso. O ambiente hospitalar pode gerar ansiedade, e ter um parceiro ou familiar por perto ajuda a aliviar esse estresse”, diz.
A presença do acompanhante também fez a diferença no momento de dar à luz à primeira filha. “Quando a bolsa dela estourou e a gente estava a caminho do hospital, eu fiquei muito nervoso. E aí, quando eu vi o cabelinho da minha filha aparecendo, eu fiquei tranquilo, fiquei com mais vontade de ver ela saindo do que com medo. Eu fiquei amparando, pedindo para a Renata fazer força, para respirar. E aí foi nessa vontade de querer ver minha filha, que eu ajudei a Renata a se controlar emocionalmente. Foi o que ajudou essa coisinha linda a nascer”, destaca Ravel Souza.
No HGCC, é garantido o direito ao acompanhante antes, durante e após o parto, conforme preconiza o Ministério da Saúde. “Durante o trabalho de parto, a presença de alguém de confiança pode facilitar o processo. Esse apoio pode ajudar a gestante a relaxar e enfrentar melhor as contrações. A conexão emocional que se forma nesse momento é muito especial e pode beneficiar tanto a mãe quanto o bebê”, explica Ibiapina.
Atenção de Enfermagem
A equipe de enfermagem acompanhou o nascimento da família da pequena Ana Terra
A enfermeira Giselle Araruna explica que a indicação do parto depende do quadro em que a gestante se encontra. “Depois que ela entra, é avaliada pelas equipes, tanto pela equipe médica quanto de Enfermagem. E sendo um parto de risco habitual, como era o caso dessa paciente em especial, ela não tinha comorbidades, é o tipo de parto que nós, enfermeiros obstetras, podemos assistir. A gente começa fazendo as condutas e assiste até o final do trabalho de parto, que culmina com o nascimento do bebê.
O reconhecimento dessa prática e das rotinas de assistência é nítido no sentimento da família. “E as enfermeiras, sempre amparando a gente, foram educadas, foram muito atenciosas do começo ao fim, não deixaram ninguém desamparado”, finalizou Ravel.
A maternidade do Hospital Geral Dr. César Cals possui perfil terciário de alta complexidade. De janeiro a julho de 2024, já foram realizados 3.803 atendimentos na Emergência Obstétrica. No mesmo período, foram 2.304 partos.