Há pacientes que precisam de cuidados complexos de saúde, mas não necessitam estar em leitos hospitalares. Muitas vezes, o tratamento pode ser feito em casa com apoio de uma equipe multidisciplinar e com o auxílio dos familiares. A esse movimento, dá-se o nome de desospitalização.

No Hospital Geral Waldemar Alcântara, isso é feito por meio do Serviço de Assistência Domiciliar (SAD), que atendeu 337 pacientes em 2019. Desse total, foram 151 admissões e 144 saídas (por motivos como alta, óbito, internação hospitalar, entre outros).

De acordo com a diretora de Processos Assistenciais do HGWA, Ursula Wille Campos, o objetivo do SAD é dar o tratamento mais adequado aos pacientes segundo suas necessidades e liberar leitos hospitalares para atender casos mais agudos.

“São pacientes crônicos, muitas vezes idosos, que se encontram na fase final da vida. O hospital pode representar para esses pacientes risco elevado de complicações e aumento do sofrimento. Estamos habituados a ver planos de saúde oferecendo serviços de home care, e o SUS também dispõe desse tipo de assistência”, destacou. Segundo ela, as pessoas atendidas pelo serviço têm baixos índices de retorno à internação hospitalar.

Francisca Ferreira Benício é atendida pelo SAD desde abril de 2018, quando deixou o leito do Hospital Geral Waldemar Alcântara. Ela possui o mal de alzheimer, vive acamada, usa sonda de alimentação e também precisa de tratamento para lesões por pressão que surgiram na pele, além de tratamento para diabetes e hipertensão. A cuidadora é a filha de coração, Maria Suneli Chagas de Freitas. Para ela, ter o suporte do SAD é reconfortante.

“Não quero nem imaginar como seria a nossa vida sem a equipe que vem aqui para nos ajudar e ver de perto como minha mãe está. Já pensou como seria enfrentar um deslocamento até uma unidade de saúde com ela desse jeito?”, disse Suneli Freitas, expressando gratidão pelo serviço.

Ainda segundo Úrsula Wille Campos, o SAD também apoia as famílias no sentido de conseguir ter acesso aos insumos necessários para proporcionar bem-estar aos pacientes durante o tratamento em casa.

“Além das condições clínicas, os profissionais do SAD também avaliam a situação social das famílias dos pacientes e prestam apoio para que consigam providenciar a infraestrutura necessária à assistência médica em domicílio. Os cuidadores – em geral familiares dos pacientes – são treinados pelas equipes para realizar os procedimentos necessários”, afirmou.

Sobre o Serviço de Assistência Domiciliar

O SAD do Hospital Geral Waldemar Alcântara foi criado em junho de 2003 para promover a desospitalização de pacientes da unidade. Atualmente, o serviço possui 210 vagas e conta com 6 equipes multidisciplinares que atendem adultos e crianças, sendo duas dedicadas a pacientes que necessitam de suporte com ventilação domiciliar.

As equipes multidisciplinares são formadas por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, fonoaudiólogo, assistentes sociais, odontólogo e farmacêutico, além de secretários que auxiliam nas questões administrativas.

O serviço atende também pacientes do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), do Instituto Dr. José Frota (IJF), da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), do Hospital do Coração de Messejana, do Hospital Geral César Cals e do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), além de prestar apoio à rede de saúde de Fortaleza.

Para ser incluso no SAD, o paciente precisa se encontrar hospitalizado e ser dependente de cuidados especiais, ter domicílio no município de Fortaleza e dispor da presença de um cuidador responsável.

A assistência do SAD é realizada pelas equipes por meio de visitas domiciliares para orientação e procedimentos, conforme o Plano Terapêutico Multidisciplinar. O SAD fornece medicação, material médico hospitalar e empresta equipamentos necessários, como BIPAP, Ventiladores, Concentradores de O2, aparelhos de aspiração, entre outros, para garantir a assistência necessária.

 

 

 

 

 

(*)com informação do Governo do Estado do Ceará