A atividade econômica do Ceará cresceu 0,1%, mostrando estabilidade nos dados dessazonalizados do IBCR-CE do trimestre encerrado em fevereiro em relação ao imediatamente anterior. O número foi divulgado ontem no Boletim Regional do Banco Central, que aponta que os resultados ainda não refletem impactos relacionados à pandemia da Covid-19, que tendem a interromper o processo de crescimento gradual da economia, como já sinalizam dados da atividade local, mais tempestivos e de maior frequência.

Anteriormente de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), o PIB do Estado cresceu 2,11% em 2019 – crescimentos de 1,3% na agropecuária, 4% na indústria e 1,8% em serviços. No quarto trimestre de 2019 houve alta de 4,27% comparativamente a igual período de 2018, resultado de expansão de 7,6% na agropecuária, 12,1% na indústria e 2,5% nos serviços.

Portanto, sem os impactos, sob a ótica da demanda indicadores, houve evolução do comércio até fevereiro deste ano ainda favorecida pelo crescimento da massa salarial e pelo melhor desempenho do crédito. As vendas do comércio ampliado cresceram 2,6% em doze meses terminados em fevereiro, segundo dados da PMC do IBGE, com elevação de 12,6% na comercialização de veículos, motocicletas e de 15% em materiais de construção. No mesmo sentido, a atividade do setor de serviços mostra recuperação em doze meses, com alta de 1,2% até fevereiro, segundo dados da PMS do IBGE.

Porém, dados mais recentes da CIP/SLC indicam efeitos da atual pandemia na atividade econômica cearense. O valor das vendas efetuadas com cartão de débito recuou nominalmente 38% nas duas primeiras semanas de abril comparativamente a igual período do mês anterior. As vendas de todas as atividades pesquisadas nessa modalidade registraram queda à exceção de supermercados. As maiores quedas foram em vestuário (-96,8%) e hotéis (-87,6%).

Por outro lado, o mercado de crédito cearense permanece em expansão. O saldo das operações para pessoas físicas atingiu R$ 46,7 bilhões em fevereiro, crescendo 3% no trimestre e 14,6% em doze meses, impulsionado pelo crédito livre, com destaque, para as modalidades de cartão de crédito financiado, e financiamento de veículos.