Os sintomas iniciais comuns — diarreia, dor abdominal, anemia e perda de peso — tornam as doenças inflamatórias intestinais (DII) um grande desafio para a definição de um diagnóstico correto e um tratamento eficaz. De um lado, o paciente que, muitas vezes, evita buscar atendimento médico por subestimar as manifestações. De outro, a falta de informação por parte de médicos generalistas, que atrasa o início do tratamento. O alerta é da gastroenterologista do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) Ticiana Rolim.
As DII mais comuns são a Doença de Crohn, inflamação crônica que pode se manifestar em qualquer segmento do trato digestivo; e a Retocolite Ulcerativa, exclusiva do intestino grosso e reto. São doenças que podem evoluir com várias complicações, como estenose (estreitamento do intestino), fístulas (trajeto anômalo que surge entre intestino e outros órgãos), perfurações e até câncer de intestino.
As doenças são de origem autoimune e não possuem uma causa bem definida, explica a especialista. “Existe um fator genético na qual a pessoa nasce predisposta e em algum momento da vida, por algum gatilho, desencadeiam-se os sintomas”, afirma. “Os gatilhos são variados. Entre eles, o tabagismo, uma infecção e até mesmo o uso de alguns medicamentos, como antibióticos e anti-inflamatórios”, complementa.
Prevalência em jovens
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), aproximadamente cinco milhões de indivíduos em todo o mundo possuem alguma DII, a maior parte deles adolescentes e adultos na faixa etária de 15 a 40 anos. No Brasil, o registro da instituição é de cem casos para cada cem mil habitantes no sistema público de saúde.