O cenário catastrófico que se configurava sobre a avicultura cearense em razão da greve dos caminhoneiros, foi atenuado pelo encerramento do movimento antes que o estoque estratégico de insumos (milho e soja) das granjas fosse totalmente consumido.
Produzindo cerca de 70 mil toneladas de ração por mês para alimentar o plantel, o setor mantém estoques para períodos de até 15 dias, por não estar próximo aos grandes centros de abastecimento. Mesmo assim os avicultores sofreram com a retração da comercialização da produção, causada pelo entrave logístico, o que levou a redução de alojamento de mais de 150 mil pintinhos e 700 mil ovos que deixaram de ser incubados. Além disso, o setor de postura foi obrigado a antecipar o descarte de poedeiras o que terá reflexo na produção de ovos no médio e longo prazo.
“Acreditamos que, por sua eficiência logística e capacidade de recompor estoques rapidamente, o setor irá se recuperar em um curto espaço de tempo dos efeitos nocivos da greve e que nenhuma empresa venha a sofrer solução de continuidade”, enfatiza o presidente da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), João Jorge Reis.
Durante a paralisação, a Aceav agiu prontamente junto ao Governo do Estado para enfrentar a insegurança jurídica e possibilitar que os caminhões com cargas vivas e perecíveis circulassem, mesmo que de forma precária, nas rodovias estaduais. Entretanto houve maior dificuldade nas BRs, cujos bloqueios impediam que os veículos retornassem vazios para as granjas a fim de realizar novos carregamentos.
O presidente da Aceav ressalta a atuação do governador Camilo Santana e da imprensa cearense, que foram aliados do setor durante a crise. “Agradecemos o Governo e os órgãos de comunicação que foram parceiros da avicultura na busca de solução para o difícil momento em que vivíamos”, afirma João Reis.
Produção
No Ceará, a produção de frango de corte por semana chega a 1,7 milhão, o que representa cinco milhões de quilos, e a produção de ovos comerciais é de 6 milhões ao dia. Os principais polos de produção estão localizados na Região Metropolitana de Fortaleza, em cidades como Aquiraz, Horizonte e Maranguape, e no Interior, em municípios como Tianguá, Quixadá e Iguatu. A geração de empregos chega a 10 mil vagas diretas e 30 mil indiretas.
Com informações da ACEAV