O Brasil teve superávit em transações correntes de US$ 1,397 bilhões em março, melhor resultado para o mês desde 2005, puxado fundamentalmente pelo bom desempenho da balança comercial. O superávit representa o melhor resultado para meses de março desde 2005 (US$ 1,716 bilhão), conforme a série histórica do Banco Central. Além disso, é o primeiro resultado positivo para meses de março desde 2007 (US$ 185,5 milhões).

No mês, os Investimentos Diretos no País de (IDP) somaram 7,109 bilhões de dólares, em linha com expectativa de mercado de US$ 7 bilhões. O bom resultado nas transações correntes decorreu de expressivo superávit da balança comercial, que ficou positiva em US$ 6,935 bilhões em março, elevação de 63,5% sobre igual período do ano passado.

Ao mesmo tempo, o déficit na conta de serviços diminuiu 13,1%, a US$ 2,523 bilhões, principalmente por menos gastos com aluguel de equipamentos e transportes, que acabaram compensando a alta de 26,8% nos gastos líquidos de brasileiros no exterior, a US$ 880 milhões.

Já as remessas de lucros e dividendos cresceram 32,7% em março sobre um ano antes, a US$ 1,874 bilhão. Em 12 meses, o déficit em transações correntes caiu a 1,10% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 1,24% no acumulado até fevereiro. No primeiro trimestre, o déficit em transações correntes recuou 39,1% ante igual etapa de 2016, a US$ 4,624 bilhões.

Viagens internacionais.  A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em março. No mês passado, quando o dólar subiu pouco mais de 2% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 880 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 694 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,530 bilhão em março. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 650 milhões no mês passado.

No acumulado do ano até março, o saldo líquido dessa conta está negativo em US$ 2,623 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 1,126 bilhão. Para 2017, o BC estima um déficit de US$ 12,5 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 8,473 bilhões de déficit registrados em 2016.

Com informações O Estado de São Paulo