Interesses comuns em determinados assuntos levam parlamentares de partidos diversos a atuarem conjuntamente, como uma bancada organizada, na Câmara dos Deputados. Atualmente, são bastante atuantes no Congresso as bancadas do agronegócio, feminina, evangélica, da segurança pública, dos direitos humanos, da saúde, da educação, sindical, entre outros.
Bancada ruralista
O diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto Queiroz, cita como exemplo a bancada ruralista. “Eles têm um padrão de atuação, que é uma coisa impressionante. Eles têm a figura do coordenador, que é o responsável por fazer a articulação intrabancada. Tem a figura do agitador, que é o sujeito que vai para o Plenário, vai para a imprensa verbalizar as propostas da frente. E tem a figura do negociador. É um padrão inteligente, articulado, o que faz com que a bancada se torne uma das mais eficazes do Parlamento”, afirma o analista político.
Para Augusto Queiroz, essa atuação conjunta pode ser útil para os eleitores. “Se não houvesse uma bancada para defender o meio ambiente, certamente esse segmento ficaria sem representação, sem articulação. A mesma coisa vale em relação a minorias de um modo geral. Essas frentes parlamentares, em alguma medida, suprem essa ausência de um partido identificado com determinadas causas, que pudesse fazer essa representação.”
O poder das bancadas suprapartidárias tem variado com o tempo, mas ainda assim elas são poderosas. “As bancadas informais já tiveram no passado mais poder do que têm hoje. Quando não havia fidelidade partidária, as bancadas tinham mais força que os partidos”, afirma o analista do Diap.
Queiroz considera positiva a organização de bancadas por segmentos. “O que não pode ocorrer é essa organização para defesa de privilégios ou a promoção de concorrência desleal. Se a pauta for defensável, ética e moralmente, é absolutamente legítimo que todos os setores organizados da sociedade lutem para que tenham uma representação no Parlamento.”
AGÊNCIA CÂMARA