O Banco Central (BC) aumentou a projeção para a expansão do crédito este ano. A expectativa de crescimento para o saldo das operações de crédito do sistema financeiro foi revisada de 3% para 4%.
A informação foi divulgada hoje (27), em Brasília, no Relatório de Inflação.
A previsão de crescimento do crédito para as famílias é de 7,5%. Segundo o BC, essa expansão se dará em “em linha com a recuperação gradual da economia e os efeitos defasados” do ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano.
Para as empresas, a previsão de crescimento é bem menor: 0,5%. Entretanto, o BC previa, anteriormente, queda de 2%. Segundo o BC, a alta do dólar tem elevado o saldo dos empréstimos atrelados à moeda.
Efeitos do câmbio
“A modificação repercutiu o impacto da evolução recente do câmbio e o melhor desempenho das operações com recursos livres nos últimos meses. Destaque-se que a dinâmica do crédito às pessoas jurídicas no SFN [Sistema Financeiro Nacional] continua sendo influenciada pelo maior dinamismo nos mercados externo e de capitais, notadamente no segmento de recursos direcionados”, diz o BC, no relatório.
A previsão para o crescimento do crédito com recursos livres, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado, é 9,5%.
Para o crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a previsão é de recuo de 1,5%.
Em agosto deste ano, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,155 trilhões, com aumento de 1% no mês e de 2,1% no ano. Em 12 meses, a expansão chegou a 3,4%.
Esse estoque do crédito corresponde a 46,7% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB) – com aumento de 0,2 ponto percentual em relação a julho.